domingo, 24 de maio de 2020

Beto



Homem-menino
Te amo ontem
Te amo hoje
Te amo amanhã
Assim mesmo, com o verbo no presente.
Não conheço minha vida sem você
Te amo sempre
Meu presente mais presente.
Te amo pra sempre.


quarta-feira, 13 de maio de 2020

Quarentena




48º dia

Ainda estamos sob a vigilância da Convid-19.
O vírus chinês tem pautado nossas vidas, a pandemia nos controla. O Estado conseguiu colocar-nos uns contra os outros. Viramos algozes de nós mesmos. Não podemos mais sair de nossas casas, somos vigiados pelo Estado, pelos amigos e família. Qualquer passo fora do cronograma, podemos ser denunciados e linchados na praça pública das redes sociais.
O autoritarismo vive seus dias de glória. Estamos vivendo ao mesmo tempo: “1984”, “Admirável Mundo Novo” eA peste”.
As pessoas comuns são presas quando não seguem as regras, os criminosos são soltos para cometer mais crimes e os governantes usam o vírus para roubar a população.
A mídia manipula mais do que nunca as informações. O ministério da Verdade engana muitos e confundem outros.
As redes sociais estão intragáveis, nem mesmo meu excelente senso de humor é capaz de suportar. Uma parte da população minimiza a peste, outra parte está em pânico e descontrolada.
As pessoas estão insanas, tornaram-se monstros culpabilizando as vítimas, debochando dos mortos e ferindo a dignidade daquele que discorda.  
Preferi ficar um pouco alienada para preservar o mínimo de sanidade mental e saúde emocional.
Foram mais de 200 mil mortes no mundo, 10 mil no Brasil e 100 mortes na cidade.
É tanto absurdo que escolhi me refugiar no sótão da solitude.
Aguardando o socorro do Senhor.


sexta-feira, 1 de maio de 2020

Cansada




Estou cansada.
Há tanto tempo ouço as dores!
As vozes da cidade dos homens
parecem intermináveis.
Sobrevivo... Há tanto tempo!
Cansada da maldade;
do linchamento moral,
da morte de inocentes.
Cansada da injustiça,
da falta de compaixão e misericórdia.
Do assassinato de reputações.
Da era dos extremos.
São como cacos de vidro perfurando os olhos
Abaixo as pálpebras
A banalidade do mal e da vida
Continuam penetrando olhos e ouvidos
Cansada do não pertencimento
Anseio pela Cidade de Deus