segunda-feira, 20 de março de 2017

Lewis: O mais relutante dos convertidos


Clive Staples Lewis, mais conhecido como C.S.Lewis (1898-1963) foi um professor universitário, teólogo anglicano, poeta e escritor britânico, nascido na Irlanda do Norte. Destacou-se pelo trabalho acadêmico sobre literatura medieval e pela apologética cristã que desenvolveu através de várias obras e palestras. É igualmente conhecido por ser o autor da famosa série de livros infanto-juvenis As Crônicas  de Nárnia”.
Seus livros já venderam mais de cem milhões de exemplares em todo o mundo, incluindo clássicos como “Cristianismo puro e simples” e “Cartas de um diabo a seu aprendiz”. Contudo, C.S.Lewis nem sempre foi um gigante da fé cristã. Este livro revela um aspecto particular de sua vida, seu período de ateísmo, a jornada pessoal, de ateu convicto a um dos mais influentes escritores cristãos de nosso tempo.
 Ao abandonar o ateísmo, Lewis se tornou um destemido e bem-sucedido mensageiro da fé, principalmente no meio acadêmico e literário. Foi altamente respeitado no campo da literatura em toda a Europa, tanto como professor quanto como escritor. Em Oxford conheceu vários escritores famosos, como J.R.R. Tolkien (autor de “O Senhor dos Anéis”, de quem viria a se tornar grande amigo).
Encontramos em seus livros de ficção muitas metáforas e alegorias referentes ao cristianismo, misturado a mitos nórdicos. Seus últimos anos de vida foram retratados no filme norte americano “Shadowlands” (Terra de Sombras), protagonizado por Anthony Hopkins.
Em sua famosa obra “Cristianismo puro e simples”, Lewis explica os fundamentos do cristianismo. Eu entendi o que significa ser cristão a partir dessa obra. Foi por meio desse livro que pude compreender perfeitamente o cristianismo porque partiu justamente de alguém que também não entendia, por isso a considero fundamental. Lewis faz o cristianismo parecer a coisa mais lógica do mundo em seus argumentos.
 Rejeitou qualquer crença para depois se tornar um dos autores cristãos mais influentes. Quem poderia ser melhor defensor da fé cristã do que aquele que a rejeitou?

 O mais relutante dos convertidos foi “Surpreendido pela Alegria” titulo de sua autobiografia, em que descreve explicitamente seu encontro com Deus. 

Cristianismo puro e simples


“Cristianismo Puro e Simples” é a maior aula sobre cristianismo que tive o prazer de receber. O livro analisa a essência do Cristianismo de forma profunda e didática. O acadêmico Lewis sintetiza de forma objetiva o universo dos cristãos, uma obra prima!  Pessoas dentro e fora do Cristianismo têm dificuldade de entender o que significa ser cristão.
Desde seu princípio, o Cristianismo pregou a metanoia, isto é, a mudança de mente sobre tudo o que há nesse mundo. A ênfase de Cristo foi restaurar a humanidade, e grande parte do seu discurso diz respeito ao sentido da vida.
A fé não exclui a presença da dúvida nem do questionamento sobre a realidade das coisas, não podemos compreender 100% do universo, como já dizia meu amigo Shakespeare: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia.”
A mensagem da fé cristã é simples, mas não simplista. O mundo é complexo, e a fé se aplica a toda a sua complexidade. Esse intelectual e ateu convertido nos diz de forma clara e racional sobre essas complexidades e os alicerces do cristianismo. 
Se você é cristão, você precisa ler esse livro.
Se você é apenas simpatizante do Cristianismo, você precisa ler esse livro.
Se você não sabe se é ou se quer ser cristão, você precisa ler esse livro.
Se você é um crítico do Cristianismo, você precisa ler esse livro.

Nunca é demais lembrar que você precisa ler esse livro para entender o que significa ser cristão. Qualquer pessoa que queira debater o Cristianismo ou falar sobre os cristãos, seja para concordar com eles ou para criticá-los deve ler esse livro.

Confissões de Agostinho


Agostinho de Hipona conhecido como Santo Agostinho era um jovem como qualquer outro jovem de sua época, vivia uma vida hedonista, e até se converter ao cristianismo, Agostinho se interessou por diversas filosofias e religiões. Aos 32 anos se converteu ao Cristianismo. Escritas dez anos após sua conversão, as Confissões são, ainda hoje, modelo de narração autobiográfica. Uma autobiografia recheada de citações meditadas das Escrituras e de reflexões filosóficas revela a alma inquieta de Agostinho. Ele tinha uma busca sincera e intensa de encontrar a verdade definitiva, absoluta, tinha uma imensa sede de saber. As Confissões revelam o pensamento de um homem que antes tinha devotado sua vida aos prazeres e agora revela a profundidade dos problemas da existência humana, mostra um coração corrompido e principalmente arrependido, um ser humano a procura de Deus. O próprio título indica o propósito da obra, confessar seus erros, pecados e a necessidade de uma vida submetida ao Senhor. Quando li essa obra, já convertida, me identifiquei em algumas coisas, pois me converti já na fase adulta como ele, tive uma visão hedonista da vida, e então tal como o santo vivia em busca da Verdade, enfim reconheci que minha vida pertencia ao Cristo ressurreto. Uma pessoa que se declara cristã não pode deixar de ler esse livro, essencial. 

 "O que sei, Senhor, sem sombra de dúvida, é que te amo. Feriste meu coração com tua Palavra, e te amei.[...] Tarde Te amei [...] Tu me chamaste, gritastes por mim, e venceste minha surdez. [...] O homem, partícula de Tua criação, deseja louvar-Te. [...] Porque nos fizeste pra Ti e nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Ti."


Em busca de Sentido


Em Busca de Sentido é um dos melhores livros que já li, escrito por Viktor Emil Frankl, nascido em Viena, passou por uma das experiências mais terríveis que o ser humano já experimentou: viveu nos campos nazistas.
O livro retrata suas experiências como um detento dos campos de concentração e descreve seu método psicoterapêutico de como encontrar uma razão para viver.  Apesar do horror vivido, foi grande nas três dimensões em que se pode medir um homem: a inteligência, a coragem, o amor ao próximo. Mas foi maior ainda naquela dimensão que só Deus pode medir: na fidelidade ao sentido da existência, à missão do ser humano sobre a Terra.  Homem de ciência, neurologista e psiquiatra, não foi o estudo que lhe revelou esse sentido. Foi essa terrível experiência do campo de concentração. Milhões passaram por essa experiência, mas Frankl não saiu dela carregado de rancor e amargura. Saiu do inferno levando consigo a mais bela mensagem de esperança.  Uma mensagem que se baseia na decisão pessoal: Frankl entrou no campo firmemente determinado a conservar a integridade da sua alma, a não deixar que seu espírito fosse abatido pelos seus carrascos, conservou o autodomínio e a sanidade pois tinha um forte senso de dever, de missão, de obrigação.  O segredo dessa força diante da privação da dignidade humana, era ter um sentido para a vida, suportar o sofrimento só era possível porque sabia que tinha uma missão a cumprir.  Frankl tinha três razões para viver: sua fé, sua vocação e a esperança de reencontrar a esposa. Ali onde tantos perderam tudo, Frankl reconquistou não somente a vida, mas algo maior que a vida. Após a libertação, reencontrou também a esposa e a profissão, como diretor do Hospital Policlínico de Viena.  Ele registra uma das experiências interiores que o levaram à descoberta do sentido da vida:  

 "Um pensamento me transpassou: pela primeira vez em minha vida enxerguei a verdade tal como fora cantada por tantos poetas, proclamada como verdade derradeira por tantos pensadores. A verdade de que o amor é o derradeiro e mais alto objetivo a que o homem pode aspirar. Então captei o sentido do maior segredo que a poesia humana e o pensamento humano têm a transmitir: a salvação do homem é através do amor e no amor. […] Pela primeira vez em minha vida, eu era capaz de compreender as palavras: 'Os anjos estão imersos na perpétua contemplação de uma glória infinita'."


Das reflexões de Frankl sobre a experiência do absurdo da falta de sentido da vida, nasceu um dos mais impressionantes sistemas de terapia criados: a logoterapia.
Frankl dizia: "O homem pode suportar tudo, menos a falta de sentido."
O sentido da vida simplesmente existe: trata-se apenas de encontrá-lo.


Obs: esse texto é uma releitura do texto do Olavo de Carvalho 
http://www.olavodecarvalho.org/semana/199711bravo.html


Limites: Quando dizer SIM, Quando dizer NÃO


Esse é um dos problemas mais sérios que enfrentamos em nossos dias. Muitas pessoas lutam contra uma enorme confusão a respeito de estabelecer limites. Diante da ausência de limites, fazem perguntas como:
 - Será que consigo estabelecer limites sem deixar de ser amável?
- E se alguém se sentir incomodado/magoado com meus limites?
- Não estou sendo egoísta? No mundo físico, é fácil enxergar os limites. Grades, placas, muros, paredes, cercas etc. No mundo espiritual, os limites são igualmente reais, porém mais difíceis de serem vistos.  Os limites nos definem. Saber do que sou dono, onde começa e onde termina meu território me traz liberdade diante das escolhas e suas consequências. Impor limites não é egoísmo, é resguardar sua identidade, sua pessoalidade, aquilo que o diferencia de outros.  Não impor limites nos torna prisioneiros da vontade alheia, vulneráveis aos controladores/manipuladores.

Teologia Básica: Filosofia


O Cristianismo é uma constante vivência de um compromisso fiel com a mensagem do evangelho [...] Que tipo de fé cristã temos praticado hoje em dia? Um cristianismo que não enfrenta os conflitos existenciais, desprovido de reflexão e da busca pela verdade não pode ser o verdadeiro cristianismo.  Para aqueles que acreditam na singularidade de Deus, a tendência de conquistar o aplauso da modernidade representa a maior de todas as tentações. A sociologia e a psicologia já mostraram que todos aqueles que começam a viver em outras culturas que não a sua sofrem uma das mais fortes pressões que se pode experimentar: a pressão de estar fora dela. O mesmo acontece com aqueles que vivem uma cultura diferente da cultura dominante. Viver culturalmente “fora” é como viver no exílio, é o ponto mais difícil da realização social. Por isso, não são poucos, mas muitos os que abrem mão de suas convicções simplesmente para serem aceitos, isto é, para não ficarem de “fora”. Hoje, aquele que afirma a dependência de Deus para o conhecimento da realidade se vê diante de inúmeros desafios, pois está fora dos ditames da modernidade.   
Aqueles que amam a Deus sobre todas as coisas e que o buscam no mais profundo do ser vivem atualmente em uma Babilônia. É claro que não estamos falando agora da mesma Babilônia de Nabucodonosor. Estamos falando da nossa Babilônia, o mundo moderno em que vivemos. Pedro já nos alertou dizendo que aqui, neste mundo, somos estrangeiros e peregrinos (1 Pe 2.11); Paulo também afirmou algo semelhante, quando disse que a nossa pátria é celeste e não terrestre ( Fp 3.20). Diante do testemunho desses homens, a quem mais precisaríamos ouvir para acreditarmos que somos estrangeiros em terra estranha? Ora, o próprio Cristo já nos disse que não somos desse mundo. Mas, se não somos daqui, então, o que nós estamos fazendo aqui? Não seria melhor voltar os nossos olhos para a nossa pátria celeste e marchar em direção a ela? Jesus provavelmente nos diria: “Não me peçam para que eu os tire do mundo, mas, sim, que os proteja do mal. Vocês não são do mundo, como eu também não sou. Eu santifiquei vocês na verdade, mas assim como Deus me enviou ao mundo, eu também os envio em favor dos que não me conhecem, para que por meio de vocês eles me conheçam e sejam santificados pela verdade" (paráfrase de Jo 17.15-19).

[...] Não podemos nos esquecer de que estrangeiros somos nós e não eles.
E acima de tudo, não devemos nunca esquecer que a nossa fé não é provada fora do mundo, mas sim no mundo em que vivemos, este mundo moderno que representa um grande desafio para o cristianismo
. (Páginas 131/132)


sábado, 18 de março de 2017

Solo Sagrado






Como você tem tocado a vida das pessoas?
O coração humano é solo sagrado, terra que Deus escolheu habitar, mesmo que muitos O neguem. Quem não sabe que a alma é terra santa, acaba objetivando o outro.
Usa as pessoas de diversos modos, para algum objetivo egoísta, para alimentar sua vaidade, entre outras coisas.
Brinca com os sentimentos alheios, só se relaciona com aqueles que inflam seu ego, com os que concordam, rejeita quem pensa diferente, se relaciona conforme o critério custo/beneficio.
Se o outro não me traz benefícios logo é descartado. Algumas vezes de forma cruel, com palavras que ferem ou com desprezo que fere tanto quanto. Pisar na dignidade do outro é macular solo sagrado.
Ao “pisar” em terra santa tire as sandálias dos pés (seus conceitos e pré conceitos). Para conhecer o “estrangeiro” é necessário que eu saia do meu país (das minhas vivências) e esteja disposto não só a fazer turismo (relação superficial) no outro, mas conhecer sua história, seus sonhos, suas frustrações.
É assim que tocamos o outro da forma como deve ser: santa.
Quando vejo o outro como o outro é e não como um meio para atingir um objetivo, alimentar meu ego, meus apetites; a relação é sacralizada.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Thelema


Conheço uma mulher em Cristo que foi arrebatada ao planeta “Sociedade Alternativa”. Se foi no corpo ou fora do corpo, não sei; Deus o sabe. 
Era um lugar sem autoridades, o Homem era seu próprio deus. Cada um fazia o que bem queria, e cada um, fazia o que era correto aos seus próprios olhos, todos pareciam pôr em primeiro lugar seus próprios interesses.
Os habitantes gritavam: “Faz o que tu queres, Há de ser tudo da Lei”.
Trocaram a verdade pela mentira, aboliram o Absoluto. Tudo era relativo e subjetivo, construíram verdades em cima das suas vontades.
Eles seguiam sua Verdadeira Vontade, não existia certo e errado, não existia pode ou não pode, só o “desejo de seus corações”.
A lascívia era encorajada, vícios eram virtudes, parece que na Sociedade Alternativa o Homem alcançou um completo domínio sobre si mesmo. São seres livres para fazer tudo o que desejam. A Natureza venceu!
Não vi nenhum lago de fogo e enxofre, apenas seres entregues às suas paixões.
Ouvia cantos por toda parte: “Viva! Viva! Viva a Sociedade Alternativa!”.
Via homens, mulheres e andróginos todos juntos, eles diziam:

                         “O importante é ser feliz”.