segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Um amor


“Afinal, o Que Querem as Mulheres? O fundador da psicanálise Sigmund Freud fez essa  indagação e até hoje os homens repetem essa pergunta.
Como diria Rose Dawson (Titanic) “O coração de uma mulher é um oceano profundo de mistérios”. Ainda que muitos homens considerem a mente da mulher um “buraco negro”, somos iguais aos homens no sentido de querer amar e ser correspondidas.
E é tão difícil amar a pessoa certa, numa sociedade líquida aprendemos da pior forma que  as pessoas/relações são descartáveis. Machucando-nos e machucando o outro.
O que acontece quando não somos correspondidos?
Há uma frase de efeito que circula nas redes sociais que define bem: “O amor é como duas pessoas segurando um elástico, o primeiro que soltar machuca o outro.”
Quando amamos alguém que não corresponde, abre-se um abismo no peito. Um vazio que parece não ter fim,  um buraco que parece que  nunca vai fechar. Principalmente quando investimos na relação; investimos tempo, dispensamos energia emocional e espiritual ao compartilhar a vida com alguém.
Ficamos com aquele “rombo” imenso no coração, como que faltando um pedaço de nós. Tudo nos lembra a pessoa. A saudade não se resume  pela ausência corporal apenas, mas também pela ausência da conexão de alma que havia.
Você tenta ser amigo (a) do ex, só pra ficar perto. Mas isso dói,  percebe que amor é nobre demais pra ficar mendigando. Por um tempo sua auto estima fica tão baixa que ser deixado (a) num cantinho pequeno da vida dessa pessoa parece lucro.
Mas a distância também dói, dói tudo. Dói querer abraçar e não poder, dói não saber o que se passa na sua vida, dói imaginar que foi  esquecido (a) completamente.
O tempo vai passando e a saudade se confunde com costume. Ah o tempo! Tão precioso para ser gasto com lembranças dolorosas. Aos poucos os cacos vão se juntando. E chega o momento que começamos ansiar por um recomeço.
Quanto tempo falta pra passar essa dor?
Quanto tempo falta para  esquecer sua existência?
Quanto tempo falta para curar essa ferida?
Quanto tempo para meu coração voltar a bater?

Às vezes penso que feliz era o homem de lata que não tinha coração, no entanto a tristeza tem tantas coisas belas para nos mostrar...
Quando o amor certo chega, somos nós que estamos  errados. Amou errado, da maneira errada, no tempo errado, sei lá.
Enquanto esse amor certo não chega, vamos tentando ser fortes, fingir que não precisamos de alguém que nos dê atenção, fingindo que não gostaríamos de ser cuidados.
De vez em quando o choro estancado grita na alma.
Quanto choro ainda vai precisar para entender que é hora de deixar partir o que lhe corrói?
Quero um braço para descansar dos cansaços dos amores errados.
Quero ouvir lindas melodias como:
 “Você é tudo o que eu sempre quis.”
“Era por você que estava esperando.”
Então o sorriso roubado volta, e volta  também o despertar  para o qual fomos chamados a viver: amar e ser amado.

O que querem as mulheres? A mesma coisa que os homens, um amor.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Grito Silencioso



Estou cansada, estou com medo.
Estou cansada de sentir medo.
Estou com medo desse cansaço que não cessa.
Desse medo que não saí do meu enredo.
Não tenho medo da morte, nem da vida. Meu medo é de ficar entre as duas.
Toda a minha vida... calaram-me e eu calei.
Calar é uma quase morte quando se tem motivos para gritar.
Cheguei até aqui com um histórico de danos irreparáveis que moldaram meu caráter.
Desconstruí-me e fui reconstruída tantas vezes que não conto mais.
Encarar a realidade ajudou-me, aprendi não criar  falsas esperanças.
Demorei pra me descobrir, foi doloroso, humilhante e solitário.
Entre a solidão e a solitude virei especialista em silêncio.
Graduada na arte da camuflagem emocional.
A escrita foi meu divã; a leitura minha terapeuta.
E minha fé,  a base das contínuas reconstruções.
Uma obra que está em processo e só acabará quando Ele vier me buscar.
Não, não estou esperando a morte, estou aguardando meu Salvador.
Apesar das inúmeras tragédias, me formei em uma área que eu gosto, ainda que não tenha conseguido exercer minha vocação.
Na verdade, tudo o que publico é um treino, um teste para que um dia eu tenha coragem para escrever todo o meu grito silencioso.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A moral e a ética e sua influência na sociedade







Moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. Etimologicamente, o termo com  origem no latim “morales”,  significa “relativo aos costumes”.
Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais, é uma reflexão sobre a moral e está ligada com a conduta, modo de agir.
Sei que é muito fácil confundir esses dois conceitos, então vamos lá. A moral vem da cultura, de uma sociedade que nos coloca o certo e o errado. A ética está mais ligada ao principio que rege a moral, “por que é errado matar?”, por exemplo.
E como muito se fala em moralismo, vamos ao conceito. Moralismo é a ação de manifestar, através das palavras e/ou ação, uma preocupação demasiada com questões de teor moral, geralmente, demonstrando juízo de valor para com os demais. Em certo grau todos somos moralistas, pois manifestamos juízo de valor  dizendo que é “X” ato/pessoa é bom/bem ou mau/mal.
Feito as devidas apresentações (ufa!), vamos ao assunto (tudo isso para tentar evitar interpretação distorcida).
Quero mesmo é falar de virtudes e seus reflexos na sociedade, que tem íntima relação com os conceitos de moral e ética.
Virtude do latim virtus” é uma qualidade moral/ética, não mera disposição; mais do que uma característica trata-se de uma inclinação interior para a prática do bem.
Existem as virtudes teologais que são  a fé, a esperança e a caridade; que se referem diretamente a Deus. E existem as virtudes humanas, chamadas também de cardeais ou morais. São elas a prudência, a justiça, a coragem e a temperança. As práticas dessas virtudes aperfeiçoam o comportamento do individuo, e da sociedade.
Já parou pra pensar que se todos tivessem as virtudes em alto grau não seriam necessárias as leis?
Um exemplo: se meu senso de justiça fosse bem apurado, não precisaria de lei pra dizer que é necessário ceder  lugar no transporte público aos mais velhos. Mas como não há esse senso de justiça foi criada uma lei.
Se houvesse prudência, não seria preciso uma lei para dizer ao cidadão que não se pode dirigir depois de ingerir bebida alcoólica.
Exercitar as virtudes sejam as teologais ou as cardeais não só nos ajudam a ser pessoas melhores, mas também ajuda a criar uma sociedade melhor.
Sei que não existe mundo ideal, mas buscar ser uma pessoa melhor e buscar uma sociedade mais digna de se viver deveria (acho) ser o ideal de todos.
Se você pensar com carinho nas coisas que acabou de ler, em nossa sociedade, no mundo-cão que vivemos, você pode concluir que grande parte dos males que existem são de ordem moral e ética.
Reflexão de uma pessoa que busca ser virtuosa.







segunda-feira, 13 de julho de 2015

O primeiro roteiro do resto da vida


O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas, filme da década de 80. Rob Lowe em começo de carreira, mas para mim o galã era Andrew McCarthy. O título original era St. Elmo's Fire, nome do bar frequentado pela turma. Creio que o título brasileiro combina bem com o enredo.
O filme começa com os sete amigos saindo da universidade, no dia da formatura, com expectativas para a vida adulta. O primeiro dia da vida adulta, o primeiro dia do resto da vida. Já formados se deparam com a dura realidade do mundo fora do campus,  conviver com a insegurança profissional e emocional. Este novo momento pode pôr em risco a amizade existente entre eles, que acreditavam que seria eterna. Ah, as ilusões da juventude!
Após muitas aventuras e confusões juntos, a vida começa a colocar cada um no seu caminho, como deve ser. O filme acaba sem deixar claro qual seria a duração dessa amizade.
Assisti muitas vezes e foi marcante não só pra mim, mas para muitas pessoas,  é um clássico da juventude nos anos 80. Quando assisti pelas primeiras vezes, ficava  pensando em como seria a minha vida, a minha geração na vida adulta, segundo as expectativas que se apresentavam.
Ficava imaginando se saberia lidar com os problemas; trabalho, relacionamento amoroso, amizade, cogitava a hipótese de não conseguir entrar para a faculdade ( já que era de classe baixa). Enfim todos os dilemas que os personagens passavam, eu questionava como seria comigo e com meus amigos.
Lembro-me  que no baile da minha formatura do (antigo) colegial, ao som de “Amigos para sempre” eu disse para a amiga que estava ao meu lado: “Amigos para sempre nada, cada um vai seguir sua estrada e perderemos o contato.” Para minha surpresa e contrariando a previsão, essa pessoa é uma das minhas melhores amigas até hoje. Ela já confessou que  joguei  um balde de água fria com minha declaração.  
Há alguns dias voltei a ver esse filme, reafirmando algumas angústias sobre a vida adulta e percebendo que o enredo não tinha nada de novo. Bem, antes dele eu não conhecia esse tipo de roteiro, mas os anos foram passando e os personagens foram apenas mudando de nome, o bar da turma sempre foi o mesmo, com outro nome. E tudo sempre girou em torno de como se tornar uma pessoa madura, como manter amizades verdadeiras ao longo da caminhada, como não deixar que as cicatrizes da infância  interfiram no relacionamento amoroso adulto.
A galera do St. Elmo's Fire passaram a frequentar o Peach Pit. O elenco na década de 90 ainda não tinha entrado para a universidade, e eram ricos de Beverly Hills, no Brasil eles ficaram conhecidos como Barrados no Baile. A história dessa turma durou dez anos, tempo suficiente para relacionamentos amorosos entre os integrantes da turma com direito a traição e rodízio, o seriado abordou (creio) todos os temas que norteiam a juventude; separação dos pais, gravidez indesejada, morte, casamento, separação, dúvidas sobre carreira, ter/não ter filhos, drogas, suicídio, vida sexual, aborto, virgindade etc.
Enquanto Barrados no Baile ainda era um grande sucesso, apareceu outra turma que também ficaria por dez anos. Desta vez acrescentaram o ingrediente humor para uma receita bastante conhecida. Amigos que estudaram juntos, e já formados continuaram a convivência na vida adulta. Desta vez não mudaram o nome, aos amigos ficaram conhecidos no Brasil como Friends mesmo.
Não preciso falar muito sobre esse seriado de estrondoso sucesso, todos conhecem. Só lembrar que o ponto de encontro ainda esta lá, o bar tornou-se um café, o Central Perk. Friends é sobre sexo, amor, relacionamentos, carreira, um momento em sua vida quando tudo é possível, e é sobre amizade principalmente.
Somente numa fase como essa é que suportamos coisas das quais creio que na vida adulta já não toleramos mais. Tornamos-nos ranzinzas. Será que aos 45 anos de idade levaríamos na boa conviver com um amigo infantil como o Joey? Uma mulher realmente madura não toleraria que no meio de uma crise séria sua amiga ficasse falando de moda como a Rachel. A verdade é que exceto o  humor, que foi uma sacada genial em Friends, todos os roteiros retrataram a  Geração X.
Ainda somos os mesmos, querendo ter um vínculo real e duradouro, desejando ter pessoas com quem podemos contar em qualquer circunstância, ligar às 3 da manhã, bater na porta da casa sem avisar, magoar e sermos magoados sem que isso afete a essência do relacionamento. A questão é que tudo isso agora me parece utópico.
O pós-modernismo apresentou-me os relacionamentos líquidos, volúveis, em que se começa e se desfaz uma amizade com apenas um clique. Tão simples, tão superficial, tão ilusório!
Posso dizer que tive bons amigos em minha vida, tive turmas realmente unidas, tive momentos hilariantes, vivi histórias inesquecíveis. No entanto acho que nunca tive uma turma como essas, não por um longo período. No fundo acho que crescer é isso,  aprender que a juventude só vive uma vez e o que você pode fazer com ela é adquirir sabedoria e guardar lembranças.
O resto é roteiro cinematográfico.



terça-feira, 28 de abril de 2015

Disseram ...








Um dia disseram que o negro não era gente, o escravizamos.

Um dia disseram que o judeu não era um ser humano, 

o queimamos.

Um dia disseram que o índio não tinha alma, o exploramos.

Disseram que a mulher era inferior ao homem, a estupramos.

Hoje dizem que o feto não é um bebê.


Vamos matá-lo?!







Ilustração de Emerson Oliveira: http://foliodoemerson.tumblr.com/



quarta-feira, 22 de abril de 2015

A transfiguração da dor






          O sofrimento é parte da condição da existência humana, a dor é certa e inevitável. Em alguns casos o sofrimento traz um exílio existencial, ele nos tira da letargia, de um estado superficial ou adormecido de consciência.
            O exílio existencial esvazia nossa mente da frivolidade e nos reconduz à mais profunda raiz da vida.
            Nossa atitude perante a dor, com todas as dificuldades e angústias que traz dirá quem somos.
            O sofrimento é um dilaceramento interior, em que o eu que sofre adquire uma profunda consciência de si, do mal e do bem.
            E é essa consciência aprofundada por meio da reflexão que nos leva à uma interioridade que permite reconfigurar o sofrimento. Somos levados ao abismo do ser , a dor nos revela.
            A questão não é o sofrimento em si, mas o sentido que damos a ele, isto é, a nossa resposta ao mal.
            Acolher o sofrimento e interagir com a dor pode ser um primeiro passo para convertê-la em um bem, é também uma forma de medir nossa coragem e liberdade. Quando a dor é negada ou simplesmente expulsa sem ser vivenciada ou compreendida pode trazer mágoa, revolta ou abatimento e consequentemente uma impotência perante seus desdobramentos.
            Devemos assumir a responsabilidade sobre as circunstâncias, sejam elas boas ou más, quando nos apropriamos dos elementos que compõem nossa vida, e isso inclui o mal, podemos enfim edificar, construir um mundo novo.
            Penetrar na dor que habita em mim, permite que eu a transfigure, dê um novo sentido e resgate minhas potencialidades.
            Por vezes, por meio de intenso sofrimento pode-se sentir o bafo da Morte, algumas dores evoca a morte, mas é justamente nessa evocação que a vida se revela.
            O bem e o mal residem na relação com o outro, o sofrimento estabelece a igualdade entre os homens, o aprofundamento do nosso ser pela dor, nossa e do próximo, desperta e aprofunda a compaixão. A cura está em grande parte na comunhão.
            Nossas feridas podem ser remédio para as feridas de outros, a declaração de nossa dor pode ajudar a curar o meu próximo. A dor compartilhada é terapêutica.
            Quando nos identificamos com o sofrimento alheio há um processo chamado de catarse, que é a purificação da alma por meio de uma descarga emocional.
            Quando nos reconciliamos com o passado, com nossa dor, podemos ser ponto de iluminação no caminho que outros podem trilhar. Somos curados e contribuímos para a cura do nosso semelhante.
            O absurdo da vida, nas suas mais variadas formas de mal exige um sentido, mais do que compreender, é encontrar um sentido metafisico, espiritual. A transfiguração da dor é encontrada nesse sentido; na comunhão, na transcendência, na sublimação e redenção. 


terça-feira, 3 de março de 2015

Metaformose





Cada palavra, cada ferida, cada momento de dor
Como poderia entender?
Não diga que me compreende
Não diga que sabe como me sinto
Não, não sabe!
Você não esteve realmente lá
Para ver o que eu vi... Ou sentir o que senti
Você não conhece a minha história
Você nunca andou pelo meu caminho
Meu passado define muitas coisas
Mas não é o que eu sou
Eu fui aquela que ninguém vê, aquela que ninguém ouve
Gostaria que alguém me consolasse dizendo:
“tudo vai passar, você terá uma vida normal”
Queria alguém forte, que me protegesse
Que dissesse que não era culpa minha
Todos os dias parecia o juízo final
Uma profunda tristeza preencheu a minh'alma
Perdida em autocomiseração
Presa nas tragédias da minha vida,
Incapaz de apreciar o pôr do sol,
De sentir alegria, de ter esperança,
De sonhar, incapaz de ver a Luz
Os dias de escuridão continuavam...
E talvez você pergunte: o que houve?
A maior parte do tempo tento não pensar,
Estou apenas tentando sobreviver
E agora vejo que todas essas coisas se parecem com nada

Se comparadas com o que me acontecerá...

sábado, 14 de fevereiro de 2015

A beleza é a presença inequívoca do Belo


A beleza é a presença da verdade e da bondade.
Vejo a sociedade perdendo o senso ético e estético, a humanidade está deixando de reconhecer o Belo, caindo no deserto espiritual. E alguém pode me perguntar, mas qual a relação entre beleza e espiritualidade?
Bem, vejamos...
Quando admiramos alguém, consideramos uma pessoa generosa e moralmente boa, a chamamos de linda. Nos contos de fada, o personagem bom é belo, e o mau é feio, porque será? As meninas pequenas quando são alvos da maldade dos garotos, os chamam de “bobo, feio, chato”. Quando presenciamos um ato de bondade falamos “que bonito o que o fulano fez” e por aí vai. A beleza está intrinsecamente relacionada com a virtude da bondade e a verdade. “Mentir é feio” lembra?!
Temos substituído a beleza, a bondade e a verdade por ideologias utilitaristas.
E então vem os relativistas dizendo que a beleza está nos olhos de quem vê.
Vamos conceituar, o que é beleza?
Sua definição é bastante básica. De acordo com o grande filósofo Tomás de Aquino, a beleza é aquilo que quando é visto agrada. Nem mais, nem menos. Se cores, formas, figuras e composições agradassem ao mesmo tempo a mendigos e a reis, seriam então consideradas belas.
Na matemática o conceito de beleza se baseia através da harmonia, equilíbrio e proporcionalidade, um exemplo clássico é a proporções áurea, representada pelo número arredondado de 1,618. Número extraído da sequência de Fibonacci, o número áureo representa diretamente uma constante de crescimento. Este padrão de proporção está presente em toda a natureza, no corpo humano (o tamanho das falanges, ossos dos dedos, por exemplo), numa colmeia, no padrão de crescimento na concha do molusco. Considerado o numero da perfeição e da beleza universal.
Ou seja, beleza = proporção = harmonia = perfeição, e nitidamente nossa sociedade não está nem um pouco harmonizada, deixando a razoabilidade e a proporcionalidade de lado para tomar atitudes cada vez mais extremistas, logo se torna uma sociedade feia, desproporcional e deformada.
Porque a beleza agrada? O que leva a nos deleitar com aquilo que nossos olhos veem?
Vemos e sentimos, no objeto admirado, um bem. E o bem que nele ecoa nos agrada e queremos permanecer em sua presença. Do mesmo modo como os olhos necessitam da luz para enxergar, também os olhos da alma precisam de luz, aquilo que mostra e evidencia a verdade, o bem e a beleza contida em algo. O que seria essa luz que mostra a verdade e a beleza? Essa eu deixo pra você...
A beleza reside na coisa bela em si mesma. Ou ela tem proporção, integridade e clareza (luz, verdade) em si mesma ou não possui essas qualidades e não agradará à alma.
No entanto em uma sociedade relativista somos intimidados a nos calar diante da falta de beleza da chamada “arte” contemporânea; novelas, peças de teatro, livros e músicas que mostram a feiúra do mundo liquido e suas relações contribuindo para a degradação humana em nome do hedonismo e do mercado. Nada mais é bom ou mau, feio ou belo, tudo depende.
Hoje vejo o culto à feiúra, em amplo sentido.
Parece-me que o que agrada é o macabro, o deformado; pessoas sentem-se atraídas por programas e artes que mostram a deformidade ética da sociedade, aquilo que remete ao mal, talvez por identificação, sei lá. A mutilação de valores eternos, a cultura de morte cada vez mais presente.
Poucos fazem questão de encher a mente com beleza.
Pense bem, se você estiver cercado de beleza, por meio de imagens, músicas, histórias, palavras, lugares; não deixando espaço para aquilo que não é belo, bom ou verdadeiro. E se permanecer convertido à beleza, a bondade e a verdade, então, naturalmente, partilhará sem perceber da beleza que experimenta em seu interior.
A falta de beleza, a destruição da verdade e da bondade, gradualmente nos faz perder o senso ético e estético. A espiritualidade fica no mínimo, comprometida sem esses elementos.
Nosso espírito é alimentado pela beleza e transformado pela Verdade.
Preencha sua alma de beleza, a bondade é o bônus.
A beleza é a presença inequívoca do Belo.