domingo, 16 de outubro de 2016

Sobre o sentido da vida


A meditação sobre a finitude da vida amadurece, aproximar-se da morte e sentir o cheiro da insignificância de tudo nos dá uma amostra de uma sabedoria que creio só os antigos saborearam. Nossa modernidade líquida, como diria Bauman, não medita mais sobre a brevidade da vida.
Para as pessoas rasas, que não pensam em longo prazo, principalmente sobre as
consequências de suas ações, a vida é bela e ponto. Porém, mais do que bela, a
vida exige respostas, responsabilidade.
A preciosidade da vida reside justamente em sua brevidade.
Sábio é aquele que responde às situações da vida cônscio de sua fugacidade.
Ser sábio não significa dar sempre as respostas certas, não cair, não falhar.
Sábio é aquele que diante das fragilidades aprende a transformar a si mesmo. É nas fragilidades que a dor rima com amor, no exercício da compaixão, dada e recebida.
Não podemos fugir da dor e da morte, são coisas que cedo ou tarde nos encontrará, o que podemos fazer é dar dignidade a nossa morte, é elevar o valor da nossa dor.
Dar dignidade a nossa morte é deixar um legado, uma vida que deixa marcas indeléveis, um legado é quando suas pegadas não são apagadas facilmente, ao contrário, são seguidas.
Elevar a dor é usá-la para o bem do próximo. É dar um significado maior do que sua própria vida.

Unir suas experiências a outras vidas é dar sentido à existência.

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