O egocentrismo é algo
tão comum, tão “humano” que já não percebemos quando se tornou um “deus”. Idolatramos o nosso “eu” e
distorcemos a realidade em nosso volta em nome desse ídolo que precisa ser
reverenciado, muitas vezes à custa dos outros.
Começamos a supor que
conhecemos as motivações, pensamentos, caráter e intenções da outra pessoa.
Acreditamos em nossa interpretação sobre as ações alheias e isso se torna uma
bússola no relacionamento, isto é, tratamos o outro com base em nossa
interpretação (nem sempre correta). Alguém demora em responder uma mensagem,
então você deduz que a pessoa está chateada com você. Acontece que ela
estava impossibilitada de responder na hora. Você chama alguém para sair, e se
ela recusa, então você presume que ela não quer sair com você,
quando existem motivos pessoais, não relacionados à sua pessoa. Interpreta uma
mensagem na rede social como indireta para você e por aí vai.
Como se as atitudes das pessoas estivessem sempre relacionadas à sua pessoa.
Hellooo! O mundo não gira ao seu redor não!
Não importa qual é a
verdade, devemos pensar o que nos leva a julgar os outros de maneira
pecaminosa, muitas vezes colocando uma culpa/responsabilidade indevida. E
quantas injustiças fazemos baseadas em nossas suposições?!
Os falsos pensamentos
que nos levam a julgar os outros são uma forma de orgulho. Cobramos do outro,
ainda que em pensamento, aquilo que eu julgo como o certo, exijo do outro uma
postura exemplar, afinal eu sou assim (só que não). E meço as ações alheias
segundo minha régua de conduta, como se eu mesmo tivesse uma conduta
irrepreensível. Pura ilusão!
Não admitimos que o
outro cometa aquele pecado que eu também cometo (oculto) e cobramos, veja só
que ironia, cobramos do outro aquilo que eu mesmo faço ou tenho potencial para
fazer. Afinal “nada do que é humano me é estranho” (Terêncio).
“Nada que desprezamos nos outros está ausente em nós mesmos. Temos que
aprender a ver as pessoas menos à luz do que fazem ou não fazem e mais à luz do
que sofrem.”
Dietrich Bonhoeffer
Esquecemos que outras
pessoas têm suas fraquezas, assim como temos as nossas. E por causa das
fraquezas falhamos uns com os outros.
Acabamos sendo
carrascos do outro e em consequencia de nós mesmos, estragamos relacionamentos
promissores por causa da egolatria.
Queremos que o outro
mude, mas não tomamos a iniciativa de mudar nossas posturas. Criticamos o
deslize alheio, e somos condescendentes com nossa falta de empatia.
Nos consideramos
superiores, afinal, quem errou foi o outro. E quando somos nós que erramos, as
nossas justificativas são válidas, somente as nossas!
Desqualificamos o
próximo em virtude da supervalorização própria.
Como seguir o
mandamento de amar o próximo desse jeito?
A egolatria nos faz pecar contra Deus e contra o
próximo.
Não podemos ser santificados enquanto nosso “eu”
dominar nossa vida.
O ego nos faz prisioneiros de si mesmo.
O ego nos faz sentirmos ofendidos por qualquer
coisa, isto é, é sempre o outro que erra.
E sou eu , o magnânimo que libera o perdão ao vil
pecador.
Ofensa = ego ferido
O ego exige estar sempre com a razão.
O ego sente a necessidade de ser sempre o melhor,
não podemos estar na média ou abaixo, o que gera uma competitividade tola.
Enquanto tivermos
como prioridade a satisfação do “eu” não poderemos cumprir o mandamento de amar
ao próximo como a mim mesmo, pois se esse “amor a mim mesmo” é disfuncional,
então é isso que vou refletir nos meus relacionamentos.
Se quer ter
relacionamentos sadios, comece pelo seu consigo mesmo.
Se continuar inflando
seu ego, ele vai te levar longe… longe das pessoas e de Deus (ainda que
mantenha os rituais religiosos).
Um dos nossos piores inimigos é o Ego.
Liberte-se, esvazie-se de si.
Preencha-se de Cristo
Nenhum comentário:
Postar um comentário