Às vezes, bem às vezes mesmo, tenho uma
pequena amostra do que os pastores passam. Explico, dois pontos.
Creio que todos nós em algum momento da
vida nos relacionamos com pessoas que nos desgastam, que sugam nossas energias,
que nos roubam a paz. E o que fazemos? Alguns se afastam, afinal não vale a
pena ter alguém que tira o sossego não é mesmo?
Pois bem, os bons pastores não tem essa
opção, eles são obrigados a lidar com essa gente, por causa do ministério. Assim
como um atendente ao público não pode selecionar se atende uma pessoa simpática
ou um chatão.
Mas nas amizades, principalmente as
virtuais, temos sempre a opção de nos afastar, de excluir, bloquear, deixar de
seguir etc. Até mesmo em relações pessoais, podemos deixar de telefonar, de
responder mensagens, ir se afastando aos poucos para evitar a fadiga.
Os pastores não, então como eles fazem? Como
eles recuperam as energias que lhe foram tiradas?
Creio que (isto é um palpite) os
pastores também são pastoreados, isto é, tem pessoas que os ajudam a lidar com
as sobrecargas do ministério. Assim devemos ser todos nós, se temos em nossas
vidas pessoas que nos roubam, devemos ter também pessoas/relacionamentos que
nos devolvem.
É um ciclo, doamos, somos
sugados/roubados, mas também recebemos, sugamos/roubamos energias de outras
pessoas. Lembrando que nem sempre os relacionamentos tem essa matemática de
mais e menos, dar e receber. Existem relacionamentos em que o dar e receber são
recíprocos, na mesma medida, se retroalimentam. Esses são raros, mas existem.
Então antes de “se livrar” daquele que
te rouba, pense que você também pode ser o “ladrão”, sugar alguém. Não
descarte, encontre doadores, você se alimenta e assim você terá alimento para
doar-se. Alimentamo-nos mutuamente. A vida é um ciclo, sem o equilíbrio nas
relações e emoções adoecemos.
Há pessoas que nos
roubam, há pessoas que nos devolvem.