Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira, conhecida por seu livro "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada" publicado em 1960. Foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes do país.
Apesar de “Quarto de Despejo” ser a obra mais conhecida, Carolina tem diversos outros livros, tanto em prosa como poesia. Além de músicas de sua própria autoria.
Obras Escritas: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada (1960), Casa de Alvenaria (1961): Diário de uma ex-Favelada. Pedaços de Fome (1963). Provérbios (1963)
Obras Escritas (Póstumas): Diário de Bitita (1977), Um Brasil para Brasileiros (1982), Meu Estranho Diário (1996), Antologia Pessoal (1996), Onde Estaes Felicidade (2014), Meu sonho é escrever – Contos inéditos e outros escritos (2018).
Obra fonográfica: Quarto de despejo (1961) RCA .
Como atriz: atuou no documentário alemão: “Favela: a vida na pobreza” (1971)
Por ter uma obra tão rica, que retrata a luta de tantos brasileiros de forma sensível e inteligente, Carolina foi tema de outras obras, no cinema, TV e literatura.
No ano seguinte ao lançamento de Quarto de Despejo, 1961, Carolina teve seu livro adaptado para o teatro. A peça "Quarto de despejo" estreou no dia 27 de abril de 1961, no Teatro Bela Vista, em São Paulo. Ruth de Souza representou o papel de Carolina.
O sucesso de Quarto de despejo, o livro, motivou Quarto de despejo, o disco, no mesmo ano da peça. A escritora mineira Carolina Maria de Jesus, gravou pela RCA, músicas que ela mesma compôs. O raro LP pertence ao Acervo José Ramos Tinhorão, sob a guarda do IMS.
Em 1971, a alemã Christa Gottman-Elter dirigiu o documentário Favela - Das Leben in Armut (Favela, a vida na pobreza). A exibição desse documentário no Brasil teria sido vetada pelo então embaixador brasileiro em Berlim. O Instituto Moreira Salles, adquiriu uma cópia do filme, restaurou e legendou. Foi exibido pela primeira vez no Brasil, por ocasião do centenário de nascimento da escritora, em 14 de março de 2014
Em 1983, foi ao ar o Caso Verdade "Quarto de despejo - de catadora de papéis à escritora famosa", exibido em março, pela Rede Globo.
Em 2003, tivemos o documentário Carolina, com Zezé Mota. O filme recebeu o prêmio de melhor curta documentário no Festival de Cinema de Gramado.
Em 2014 é lançado o documentário “Vidas de Carolina”, dirigido por Jéssica Queiroz Contemplado pela sétima edição prêmio Criando Asas, Vidas de Carolina conta a história de duas mulheres que sobrevivem da coleta de resíduos recicláveis. O documentário foi inspirado na vida da Carolina. Relatos de familiares da escritora e trechos do livro “Quarto de Despejo” conectam as três historias.
Em 2019 o Sesc São Paulo apresentou a peça “Eu e Ela: visita a Carolina Maria de Jesus”. O monólogo conduzido ora em primeira pessoa ora em terceira, ressalta a imagem de Carolina como uma pessoa que compreendia profundamente as questões políticas e sociais de sua época.
A obra de Carolina caiu no gosto popular da nova geração e tem sido lançado diversas biografias em diferentes formatos.
Carolina: uma biografia (2018) de Tom Farias é a mais recente. Há também biografias em quadrinhos tanto para o público adulto quanto para o infantil.
Carolina virou marca, grife. Seu rosto estampa camisetas, canecas, almofadas etc. Podemos encontrar inúmeros trabalhos acadêmicos baseados em sua vida e obra.
Para o Carnaval de 2021, a escola de samba Colorado do Brás, do Grupo Especial de São Paulo, terá como tema a história de Carolina de Jesus. O enredo é assinado pelo carnavalesco André Machado e tem o título Carolina: A Cinderela Negra do Canindé.
Provavelmente Carolina não imaginava os desdobramentos de sua primeira obra. Como um livro se transforma em música, peça de teatro, documentário, programa de TV e quadrinhos?
A autobiografia de Carolina de Jesus deu origem a outras obras, em outras linguagens. A literatura tem um bom diálogo com as outras artes. E podemos fazer uso desse diálogo para enriquecer a cultura, expandir uma obra literária, fomentar outras expressões artísticas e propor novos diálogos.
Questões:
Como todas essas obras dialogam?
Qual a relação da história pessoal da Carolina com a História? E com a nossa história pessoal? E com a história atual?
Podemos identificar bem os acontecimentos históricos no tempo e espaço/local lendo a obra? E também no acesso as suas múltiplas adaptações/releituras?
O que todas essas obras têm em comum, além da história pessoal da Carolina?
É possível identificar na obra escrita as inspirações para a obra fonográfica?
O que fez de “Quarto de despejo” um sucesso?
Você acha que sua história pessoal renderia uma boa obra?
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