quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Deus não cabe na Teologia
Querem Te encaixotar
Querem Te enjaular
Querem que Tu caibas na pequena caixa humana
Essa que chamamos de cérebro
Mas como podemos compreendê-Lo
se somos estrangeiros de nós mesmos?
Como podemos chegar ao pleno conhecimento de Ti
quando não conhecemos nossos próprios limites?
O homem é um mistério ao Homem
Só o Senhor nos conhece plenamente
Oh Deus de misericórdia!
Perdoa nossa arrogância em querer ser como Ti
Em querer colocar o Infinito dentro da finitude
Tua Graça nos humilha
Teu amor esmaga nossa lógica
E nos coloca ao pés da Cruz
O lugar mais alto que podemos chegar.
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Ser bom sendo mal
Com a consciência de
que todas as nossas ações de bondade são como trapo imundo aos olhos do Senhor,
procure ser uma boa pessoa o máximo que puder/conseguir, mas não faça autopromoção.
Muito menos tente provar seus esforços para alguém. As pessoas que exigem
provas de nosso caráter são as mesmas que não merecem tal atenção.
Em um mundo de canalhas, esse será um diferencial. Os canalhas
estão sempre tentando se autopromover por meio de uma falsa bondade para depois
cobrar e manipular.
Um dos maiores desafios é ser você mesmo. As pessoas estão o tempo
todo nos dizendo como devemos ser/estar, o que pensar e o que sentir também.
Se seguirmos corremos o risco de virar um Frankenstein, um ser com
pedaços de outras pessoas, deixando nossa identidade ser moldada por
palpiteiros.
E são esses mesmos que quando estamos em crise acham que sabem como
resolver nossa vida sem a menor noção de que se estamos passando por problemas
é porque já perdemos o controle da situação e certos comentários/conselhos não
fazem sentido.
Como alguém que bate o carro em um acidente e ouve a frase “era só
frear antes”.
Afinal o problema
alheio é sempre tão fácil! Complicado são os nossos.
O mundo padece de
falta de empatia.
Ignore pessoas que
acham que sabem mais sobre você do que você mesmo, fazendo avaliações sem ao
menos conhecer sua história.
E não espere que só
porque alguém gosta de você/vice-versa, a pessoa possa lhe compreender ou
ajudar, por mais que esteja imbuída de boas intenções.
Às vezes
superestimamos e então vem a decepção, esperamos que o outro aja da maneira que
achamos correto, e nem sempre o outro pensa/sente da mesma forma.
Permita que o outro
seja ele mesmo.
E é sempre bom
lembrar que a ignorância é vizinha da maldade. Por vezes o mal é causado pelo
fato da pessoa não ter discernimento/bom senso necessário para a ocasião.
Seja paciente com as
limitações alheias. Isso faz parte do primeiro parágrafo do texto (volte e
releia).
Por fim, não importa o quanto nos esforçamos, estamos sempre em
débito, com o próximo e com Deus.
Nossa bondade é
cheia de maldade.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
A estudante e a ABNT
Dialogo entre uma
estudante imatura e uma senhora
Estudante: posso colocar figuras tipo...
flor, um coraçãozinho?
ABNT: Não!
Estudante: E hashtag? Pode né?
ABNT: Claro que não!
Estudante: Nem no título, tipo #precisamosfalarsobre?
ABNT: Muito menos no título, tem que ser algo sério.
Estudante: Nossa como você é chata!
ABNT: É... eu sei, já me falaram isso. Mas olha, se você aprender minhas regras direitinho, vai fazer vários trabalhos bons e vai ficar preparada para trabalhos científicos.
Estudante: Eu não quero fazer trabalho cientifico, eu quero literatura (resmungando).
ABNT: Nada impede de fazer os dois, trabalho cientifico com literatura.
Estudante: Deve ser mais chato ainda. Não quero! (começa a choramingar)
ABNT: Imagina, você pode virar até doutora!
Estudante: Doutora?
ABNT: É, fazer um doutorado.
Estudante: Igual o tio Jonas? (volta ao normal)
ABNT: Isso mesmo.
Estudante: Seria legal ser doutora igual o tio Jonas.
ABNT: Então, vamos começar um trabalho cientifico?
Estudante: Não. Não quero fazer trabalho cientifico coisa nenhuma!
Eu quero poesia. Quero ser doutora em poesia.
ABNT: Não!
Estudante: E hashtag? Pode né?
ABNT: Claro que não!
Estudante: Nem no título, tipo #precisamosfalarsobre?
ABNT: Muito menos no título, tem que ser algo sério.
Estudante: Nossa como você é chata!
ABNT: É... eu sei, já me falaram isso. Mas olha, se você aprender minhas regras direitinho, vai fazer vários trabalhos bons e vai ficar preparada para trabalhos científicos.
Estudante: Eu não quero fazer trabalho cientifico, eu quero literatura (resmungando).
ABNT: Nada impede de fazer os dois, trabalho cientifico com literatura.
Estudante: Deve ser mais chato ainda. Não quero! (começa a choramingar)
ABNT: Imagina, você pode virar até doutora!
Estudante: Doutora?
ABNT: É, fazer um doutorado.
Estudante: Igual o tio Jonas? (volta ao normal)
ABNT: Isso mesmo.
Estudante: Seria legal ser doutora igual o tio Jonas.
ABNT: Então, vamos começar um trabalho cientifico?
Estudante: Não. Não quero fazer trabalho cientifico coisa nenhuma!
Eu quero poesia. Quero ser doutora em poesia.
sábado, 3 de dezembro de 2016
Silêncio: bem e mal
Vivemos na era da
comunicação, onde todos falam, expõem suas dúvidas e opiniões. O que vejo
muitas vezes é na verdade uma comunicação de via única, em que não há troca, uma real comunicação. Todos falam e no fim ninguém
comunica nada. Em parte porque cada um está mais interessado em ser a mensagem
e não receptor da mensagem. Talvez por isso programas como o “Fala que eu te
escuto” está no ar há algum tempo, as pessoas tem necessidade de serem ouvidas
de fato, não apenas falar, mas sentir que a mensagem foi bem interpretada pelo
receptor. Pessoas que por algum motivo
tem o hábito da escuta: psicólogos, psicanalistas, padres, pastores,
voluntários do CVV (Centro de Valorização da Vida), entre outros, conhecem bem
a importância do silêncio diante do depoimento de alguém. É preciso atenção,
não só dos ouvidos, mas total para perceber o dito e principalmente o não dito.
O silêncio tem dupla face, para as
pessoas citadas acima é o alivio de quem precisa desabafar, porém tem seu lado
negativo.
Alfred Hitchcock explorou este lado negativo no filme “A Tortura do Silêncio”, em que um padre aparentemente um modelo da piedade religiosa, ouve a confissão de um assassino. As normas da igreja impedem o padre de falar - mesmo que seja em sua própria defesa - quando evidências circunstanciais apontam o padre como o principal suspeito do mesmo crime. Imagine-se na situação do padre, guardar silêncio pode ser uma tortura. Muitas vezes precisei calar para não ferir as pessoas, inclusive as mesmas que me feriram, evitando dizer o que pensava ou sentia.
Muitas vezes usei o silêncio também para ferir, calando-me como forma de punição ao outro. Como é difícil distinguir uma coisa da outra. Hora de calar e hora de falar. Houve momentos que me calei por causa de normas impostas, regras próprias e aprendidas. Silêncio imposto sempre cobra a dívida, mais cedo ou mais tarde, o que foi engolido, será expelido e pior sem medir os danos. O silêncio é um grande bem e um grande mal, cabe a nós pedirmos sabedoria para usá-lo.
Alfred Hitchcock explorou este lado negativo no filme “A Tortura do Silêncio”, em que um padre aparentemente um modelo da piedade religiosa, ouve a confissão de um assassino. As normas da igreja impedem o padre de falar - mesmo que seja em sua própria defesa - quando evidências circunstanciais apontam o padre como o principal suspeito do mesmo crime. Imagine-se na situação do padre, guardar silêncio pode ser uma tortura. Muitas vezes precisei calar para não ferir as pessoas, inclusive as mesmas que me feriram, evitando dizer o que pensava ou sentia.
Muitas vezes usei o silêncio também para ferir, calando-me como forma de punição ao outro. Como é difícil distinguir uma coisa da outra. Hora de calar e hora de falar. Houve momentos que me calei por causa de normas impostas, regras próprias e aprendidas. Silêncio imposto sempre cobra a dívida, mais cedo ou mais tarde, o que foi engolido, será expelido e pior sem medir os danos. O silêncio é um grande bem e um grande mal, cabe a nós pedirmos sabedoria para usá-lo.
Culpa e Perdão
Era uma vez, uma menina pequena e gordinha, o nome dela era Culpa
Culpa era pequena e pesada.
Tão pesada que ninguém queria brincar com ela, às vezes carregam-na por obrigação, ordem da mãe Consciência.
Não era aceita, cresceu sendo rejeitada, as pessoas tinham vergonha dela. Sempre que podiam a disfarçavam, a escondiam.
De vem em quando alguém a levava para a igreja, porque falavam que lá as pessoas a aceitariam, mas não era em todas não, só algumas.
Conheceu muita gente, fez amizades e tentou se adaptar. Foi difícil pois nem todas as pessoas a queriam por perto.
Muitos anos se passaram, enfim conheceu um rapaz que lhe disse que não se envergonhava dela e a aceitava como era. Casaram-se e tiveram uma filha.
Uma menina tão linda que ninguém resistia tamanha beleza.
Graça: filha da Culpa e do Perdão.
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