sábado, 15 de julho de 2017

Ministério cristão feminino na internet

“Há algo de podre no reino da Dinamarca.”
Há algo de errado num ministério masculino que só fala no combate à pornografia e “como ser macho”.
Há algo de errado num ministério feminino que só aborda os temas: à espera do amado, castidade, casamento e modéstia.
Tenho observado páginas cristãs femininas e masculinas e tenho notado tal característica.
Será que os homens só precisam dessas orientações?
Será que as mulheres só se interessam por esses assuntos?
Será que não há uma intersecção?
Vamos pensar: só os homens têm problemas com a pornografia? A mulher também não precisa de uns toques de “como ser mulher”?
Não vamos ser hipócritas, sabemos que as mulheres têm problemas na área sexual também e esse assunto na maioria das vezes só aparece em publicações direcionadas ao público masculino. E por qual razão não há publicações de “como ser mulher”? Assim como tem homens que precisam aprender sobre masculinidade, há mulheres que precisam de lições de feminilidade (assunto para outro texto).
As páginas cristãs e blogs direcionados ao público feminino parecem uma versão gospel das revistas seculares como Capricho, Nova e Marie Claire. Os assuntos são basicamente os mesmos: moda, culinária, comportamento afetivo/sexual, conquistar/esperar o amado, casamento, maternidade; tudo com uma pitada de Evangelho. Ah vá! Quer enganar quem?
Queridas irmãs em Cristo, temos à nossa disposição um livro maravilhoso, que podemos explorar de forma infinita para falar sobre tantos assuntos e vocês insistem em repetir “mais do mesmo”? Nada contra “feminices” (maquiagens, moda, cosméticos etc), mas o mundo feminino não se resume a isso.
A Palavra de Deus é o que temos de mais precioso em nossa caminhada, vamos fazer um uso melhor dela, por favor?
A Bíblia é cheia de conhecimentos de história, geografia, filosofia, sociologia, antropologia, entre outros. É patrimônio cultural do Ocidente. Deveria ser explorada em todos os aspectos e não só por cristãos, mas principalmente por aqueles que dizem crer Nela.
Imagina quantos artigos podem ser escritos tendo a Bíblia como base?
Exemplos: história das traduções da Bíblia; tipos de tradução existentes atualmente, análise literária (abordando todos os gêneros literários da Bíblia); a geografia de Israel e os períodos históricos nos quais os textos foram escritos; o ambiente cultural, antropológico e histórico de cada livro; os feitos dos primeiros patriarcas e o desenvolvimento da civilização hebraica; as línguas escritas e faladas entre os povos; a tradição oral repassada para várias gerações.
A Bíblia é uma rica fonte de compreensão dos povos antigos, do pensamento filosófico, de toda a influência da religião judaica cristã no decorrer da História. A Palavra de Deus também foi inspiração para as artes plásticas, literatura, música, cinema, entre outras artes que são dignas de serem lembradas e estudadas.
Para finalizar uma última dica, quando for escrever não custa consultar com carinho as histórias bíblicas. Há um sem número de exemplos sobre amizade, casamento, adultério vaidade, relacionamentos afetivos, conflitos familiares, vícios, santidade, comunhão, entre tantos outros. Com uma fonte como as Sagradas Escrituras não precisamos nos igualar aos temas supérfluos de edições seculares e repetir o ciclo fútil dos assuntos femininos. Desculpe-me a sinceridade irmãs.
Ao escrever esse texto fui buscar referências na internet e quando se faz uma busca sobre assuntos/interesses femininos tudo o que aparece são bolsas, sapatos, maquiagem, compras, casa, homens. Sinceramente achei triste não aparecer nada relacionado à cultura, estudo, artes, filosofia. Enfim, precisamos sair desse estereótipo. Como cristãs devemos ser diferentes para fazer a diferença. Se nosso comportamento e interesses são iguais as de qualquer outra mulher, como podemos dizer ao mundo que somos peregrinas quando agimos como cidadãs dessa terra?

Como já disse nada contra “feminices”, mas normalmente esses assuntos não contribuem para a edificação do Corpo de Cristo.

Nenhum comentário: