quinta-feira, 27 de março de 2014

Arco Iris


                          

Eu queria o arco-íris
Ah como eu queria!

Eu queria fazer o impossível, possível
Eu queria...
Fazer as pazes comigo
Eu queria...
Abraçar meus fantasmas
Eu queria...
Aceitar as coisas que não posso mudar
Queria...
Ser uma boba alegre
Queria...
Expulsar a melancolia

Eu queria o arco-íris
Ah como eu queria!

O céu esconde-se  em meio a tantas nuvens escuras
A cada manhã, vejo meu passado inteiro
Peregrino entre os erros
Procuro abrigo nos tímidos raios de sol
É primavera
É verão
Mas só chove, chove...

Eu queria o arco-íris
Ah como eu queria!


sábado, 22 de março de 2014

O ferido que fere


Há algo nesse mundo que me deixa muito triste, é o ferido que fere.
A pessoa que foi machucada e por isso acaba machucando os outros, sai por aí com sua “metralhadora cheia de mágoas”, atirando para todos os lados, acertando inocentes com balas perdidas, às vezes pessoas que nada tem a ver com seu passado.
O ferido que fere existe em diversos âmbitos, no religioso também; são os antirreligiosos, como os ateus, agnósticos, ex-evangélicos, deístas, entre outros que foram alvo de impropérios por causa da ignorância ou falta de bom senso mesmo de pessoas do meio religioso.
Confesso que faço parte dessa triste estatística dos “feridos em nome de Deus”, porém me policio para não fazer aos outros o que já fizeram comigo, pois fui agnóstica a maior parte da minha vida e cansei de ser chamada de impia, gente “sem Deus no coração” e outras coisas do gênero, e mesmo depois de convertida ouvi coisas bem desagradáveis. Por isso peço desculpas antecipadas àqueles que se identificarem no texto.
Conheço muitos antirreligiosos, alguns são ex-evangélicos, pessoas que abandonaram a igreja, passaram circunstâncias dolorosas na instituição, foram negligenciados em suas necessidades espirituais, e feridos.
Esses antirreligiosos fazem uma intensa propaganda contra a fé e as instituições, disparam seu ressentimento em forma de escárnio, destilam veneno em cada comentário. Adoram usar aqueles que pisam na bola para demonizar a fé, usam o sarcasmo constantemente, sádicos que tem prazer em depreciar as pessoas e ridicularizar a fé cristã.
Muitas vezes, acabam atingindo outros ao seu redor, porque quando eu falo mal de um determinado segmento, indiretamente atinjo quem faz parte dele. Certamente seu eu falar mal do movimento ateísta (por exemplo), pode ser que algum ateu se sinta atingido, e a relação fica comprometida, pois nem todos sabem separar de forma saudável uma coisa da outra. Já vi pessoas enfraquecerem e até perderem amizades por causa de posicionamentos intolerantes, tanto de um lado, quanto de outro.
Agora falando de forma mais pessoal, não fico triste por mim, as criticas que vejo não atingem a minha fé, eu sei em quê tenho crido e ainda mais em Quem eu tenho crido.
O que realmente me deixa triste, é ver pessoas que não superaram sua dor, não se libertaram dos seus carrascos. “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você” já dizia Jean Paul Sartre. Lamentavelmente muitos que foram feridos pelos religiosos tornaram-se cínicos.
O antirreligioso se diz um defensor da liberdade, usa como máscara o pluralismo e relativismo para disfarçar suas mágoas com a religião, pois esta não lhe deu as respostas que precisava.
Pelo fato de tanto atacar, acaba também sendo contra atacado pelos defensores da fé que valorizam mais sua crença do que o ser humano. Como o próprio nome sugere, apologética se faz com ética, no entanto e infelizmente, muitos crentes ainda usam a Palavra para ferir, e não para curar.
Sim “...a Palavra de Deus é  viva e eficaz, e mais penetrante do que espada, e penetra até a divisão da alma e do espirito...” E assim como uma faca não deve ser manuseada por uma criança pequena, a Palavra  que é mais penetrante que qualquer objeto cortante, se mal utilizada pode causar grandes danos a Cristandade. Então lembre-se, quem penetra o coração do outro é a Palavra, e não você (crente) que em nome da Verdade, a usa para ferir as pessoas.
E isso se torna um círculo vicioso, o ferido acaba ferindo a si e aos outros na tentativa de dar o troco, mesmo quando é  “sem intenção”.
Quem vai pôr fim nesse círculo?




sábado, 8 de março de 2014

Confissão de uma cristã paradoxal


Sou uma boa pessoa. É isso que quero ser e quero que as pessoas pensem.
Quero controlar os maus impulsos e ser cada dia melhor.
Ser amável e generosa, quero ser alento para quem precisa ser salvo da ira, do ressentimento, da tristeza de um dia mau.
Quero amenizar a dor de alguém com palavras de conforto.
Quero todos os dias só pensar no que é verdadeiro, puro e justo.
Quero ser abrigo, ombro e colo.
Quero agradecer por tudo que possuo, pois sei que tenho mais do que mereço.
Quero ter boas palavras nos lábios, bons pensamentos na mente e bons sentimentos no coração, o tempo todo!
Mas não consigo, não consigo!
Ao tentar passar pela porta estreita, fico emperrada em minha humanidade e egoísmo.
Miserável criatura! O mal que eu não quero fazer, eu faço. O bem que quero, não faço.
Prefiro sentir inveja daqueles que têm o que eu gostaria de ter.
Escolho me afastar de pessoas que me ferem repetidamente em vez de um diálogo restaurador. Sinceramente, sair de cena é tão mais confortável!
Dominada pela preguiça deixo coisas importantes por fazer e pela procrastinação deixo pessoas preciosas de lado.
Sou cristã, e não, não sou uma boa pessoa. Minhas (pretensas) boas ações são uma forma de maquiar minha humanidade (maldade).
Vou à igreja, não tem ninguém, os bancos lotados, ninguém para caminhar ao meu lado.
Sou eu quem precisa de abrigo, colo e ombro.
Sinto-me só em meio a multidão, melancólica ao ver tanto riso frívolo.
Estou cheia de conversas vazias!
Em busca do “ser” tenho como companhia constante: a queda.
Tropeçando em minhas próprias contradições, desanimo do bom testemunho.
Sem conseguir ser sal, nem luz, sou convencida de que ser piedosa é utopia.
À beira do abismo, continuo desejosa de me tornar alguém melhor, de fazer tudo o que consta na lista de boas pessoas.
E antes que minha alma desabe, lembro daquilo que me dá esperança.
A esperança de continuar ser discípula apesar das limitações, porque acima das minhas incoerências está a bondade do Senhor.
Sua infinita misericórdia me resgata do precipício da perfeição.

sábado, 1 de março de 2014

Carpe Diem


Carpe diem é um termo em latim, e é traduzido para colha o dia ou aproveite o momento. É também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato.
Conheci essa expressão no filme "Sociedade dos Poetas Mortos" , em que o professor Keating (Robin Williams) utiliza-a para incentivar seus alunos a viverem bem, “Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas."
Percebi que existem duas formas de interpretar essa expressão, uma é o “comamos e bebamos, pois amanhã morreremos” , eu diria que é uma forma inconsequente de viver o Carpe diem, e até mesmo desprezar o sentido mais profundo que essa expressão nos traz.
A outra forma de ver o Carpe Diem é justamente o oposto: porque morreremos amanhã, não podemos só comer e beber, isto é, só viver os prazeres da vida.
Alguns dias atrás estava me sentindo incomodada ao observar tamanha negligência com a vida que algumas pessoas tem. Lembrei-me das lições que essa pequena expressão pode nos dar.
Ao comentar isso com alguns amigos, a questão vida após a morte entrou no debate. Certamente a crença faz muita diferença na maneira como interpretamos o Carpe Diem. Mas também acredito que independente da sua crença religiosa, podemos ter uma visão mais profunda do Carpe diem, de aproveitar o dia e viver bem.
No filme o professor explica aos seus alunos que os poetas antigos se dedicavam a extrair a essência da vida, “Um dia vamos parar de respirar, vamos ficar frios e morrer”, uma maneira de tentar passar aos jovens que a vida é muito mais do que eles imaginavam.
E as reflexões que devemos fazer são: quando pararmos de respirar, o que ficará? O que estamos deixando nesse mundo? O que estamos plantando no coração das pessoas? Como seremos lembrados? Qual será nosso legado à humanidade?
A dieta, esses 5 quilos a mais, farão mesmo diferença? Do quê as pessoas se lembrarão em nosso enterro, nossas roupas de grife, o carro?
Será que o número de viagens que fizemos tornará a vida de alguém melhor? E qual foi o uso que fizemos de nosso conhecimento, de nossos diplomas?

Torne sua vida extraordinária! CARPE DIEM!