segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Compaixão é fortaleza

 


“A compaixão está em oposição a todas as paixões tônicas que aumentam a intensidade do sentimento vital: tem ação depressora. O homem perde poder quando se compadece. Através da perda de força causada pela compaixão o sofrimento acaba por multiplicar-se. [...] O sofrimento torna-se contagioso através da compaixão; [...] em todo sistema de moral superior ela aparece como uma fraqueza […] O que é bom? Tudo o que eleva o sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder no homem. [...] O que é mau? Tudo o que vem da fraqueza. O que é mais nocivo do que qualquer vício? A ativa compaixão por todos os malogrados e fracos – o cristianismo. [...] O cristianismo tomou partido de tudo o que é fraco [...] O cristianismo é chamado de religião da compaixão. A compaixão se opõe aos afetos que elevam a energia do sentimento de vida: ela tem efeito depressivo. [...] A necessidade da fé, de um sim ou não, é uma necessidade de fraqueza.”

Essas são palavras de Friedrich Nietzsche no livro “O anticristo” e confesso que a primeira vez que li fiquei admirada por ver uma virtude cristã colocada como fraqueza. Porém, pensando bem, em certo aspecto é uma fraqueza mesmo. A compaixão amolece o coração embrutecido, um coração de pedra normalmente não se compadece.

A beleza da compaixão é justamente ser contagiosa como o próprio autor menciona, quando demostramos compaixão o coração de pedra amolece, perde um pouco da presunçosa “potência”, o sofrimento é compartilhado.

A compaixão é tão bela quanta dolorosa.

A compaixão fortalece vínculos, amor, a  fé e a esperança.

A compaixão é a fraqueza que me fortalece.


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