“A compaixão está em
oposição a todas as paixões tônicas que aumentam a intensidade do sentimento
vital: tem ação depressora. O homem perde poder quando se compadece. Através da
perda de força causada pela compaixão o sofrimento acaba por multiplicar-se.
[...] O sofrimento torna-se contagioso através da compaixão; [...] em todo
sistema de moral superior ela aparece como uma fraqueza […] O que é bom? Tudo o
que eleva o sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder no homem.
[...] O que é mau? Tudo o que vem da fraqueza. O que é mais nocivo do que
qualquer vício? A ativa compaixão por todos os malogrados e fracos – o
cristianismo. [...] O cristianismo tomou partido de tudo o que é fraco [...] O
cristianismo é chamado de religião da compaixão. A compaixão se opõe aos afetos
que elevam a energia do sentimento de vida: ela tem efeito depressivo. [...] A
necessidade da fé, de um sim ou não, é uma necessidade de fraqueza.”
Essas são palavras de Friedrich
Nietzsche no livro “O anticristo” e confesso que a primeira vez que li fiquei
admirada por ver uma virtude cristã colocada como fraqueza. Porém, pensando
bem, em certo aspecto é uma fraqueza mesmo. A compaixão amolece o coração
embrutecido, um coração de pedra normalmente não se compadece.
A beleza da compaixão é
justamente ser contagiosa como o próprio autor menciona, quando demostramos
compaixão o coração de pedra amolece, perde um pouco da presunçosa “potência”,
o sofrimento é compartilhado.
A compaixão é tão bela
quanta dolorosa.
A compaixão fortalece
vínculos, amor, a fé e a esperança.
A compaixão é a fraqueza
que me fortalece.
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