Ser quem somos é uma das
guerras que a vida nos impõe.
A covardia existencial e
uma identidade preguiçosa nos leva a se conformar com o que não deveria. Não se
deixar levar requer coragem, requer um levante aos que nos dizem que somos
outro. Uma batalha constante aos que nos dizem como agir ou como pensar.
Granadas contra os julgamentos precipitados, bombas em direção as etiquetas que
nos são pregadas o tempo todo. Uma luta permanente contra as projeções, contras
as idealizações e expectativas em relação a nossa pessoa.
É por respeito à minha
identidade pessoal, única e intransferível que não faço questão de participar
de coletivos, grupos identitários e movimentos sociais. Não quero ser
confundida com ninguém, o outro que está ali pode ter diversas coisas em comum
comigo, porém não me representa em sua totalidade. Tenho minha própria
cartilha, minhas próprias causas e pautas. Não quero ser identificada por algum
grupo.
A única exceção é Cristo,
meu Senhor e Salvador, mas isso é outro assunto.
Sua identidade está sendo
fortalecida cada vez que não permite ser roubado em seu direito de ser quem é.
Confesso que nem sempre tenho essa coragem, muitas vezes tenho preguiça em
esclarecer “olha não foi isso que eu quis dizer” ou “a minha intenção era outra
ao fazer tal coisa”, "apoio isso", "sou contra aquilo";
esse negócio de ficar se explicando não é comigo. Certa vez ouvi de uma amiga
“quando você não esclarece, eu tenho o direito de pensar o que quiser”
Quer pensar errado? Pois
que pense. De um jeito meio torto, essas situações acabam selecionando os
amigos. É muito desgastante ter que explicar o tempo todo suas ações e
palavras.
Por isso procuro escolher
com critério as situações que devem ser esclarecidas, situações que coloquem em
jogo minha identidade ou relações muito preciosas. Porque eu bem sei que nem
sempre sou o que os outros pensam. E a única coisa que posso dizer às pessoas
que me idealizam é: sinto muito. Simplesmente não posso deixar de ser quem sou
em favor do que os outros pensaram ou que gostariam que eu fosse.
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