" Não é porque eu não falo, que eu não sinta,
Não é porque eu não choro, que eu não sofra,
Não é porque eu não procure alguém, que não sinta a sua falta,
Há um intenso trânsito de emoções e pensamentos;
Mas quem está do lado de fora da casa,
nem sempre percebe o que acontece lá dentro.
O mundo das aparências é enganoso.
É preciso ver com os olhos do coração, o Invisível.
Ouvir o Inaudível.
Estender as mãos em direção ao Intangível.
Ter olhos para a Luz que jamais se apaga.
Tudo que fazemos sem Amor é tempo perdido;
Tudo que fazemos com Amor é eternidade reencontrada."
Em Cristo Jesus, que é a razão do meu viver.
sábado, 31 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Ágape
Ágape é a palavra grega utilizada em muitas passagens nas Escrituras quando fala do amor de Deus. Ágape é o modelo de amor do Verbo, que se fez carne e sofreu nossas dores para nos salvar. O Ágape é o modelo que Jesus nos ensinou e quer que vivamos. É esse tipo de amor sacrificial que o Senhor quer que tenhamos uns com os outros (Jo 13.34). Porém como nosso molde (Gn 1.26) foi corrompido pelo pecado, o homem não sabe receber e nem doar esse amor. A humanidade sem reconhecer isso vive para o seu próprio eu, buscando sua satisfação, justiça e adoração. O amor sacrificial sai do eixo eu - eu e passa para a órbita eu-o outro. O amor dos homens é o que eu posso fazer/conseguir para ficar melhor; o Ágape é o que eu posso fazer/conseguir para o outro ficar melhor. O amor humano busca reconhecimento, o amor divino é por si mesmo a própria recompensa. O amor de homens baseia-se nas trocas, eu amo alguém porque este oferece algo, como por exemplo, carinho e atenção; o amor Ágape não exige nada em troca. Deus nos dá um amor que não merecemos e que muitas vezes até recusamos. O amor sacrificial sai da sua rota para chegar até o outro. Deixa de reclamar e pergunta: como posso ajudá-lo? Expulsa a crítica e a substitui por um ouvir empático (colocando-se no lugar do outro). Emprega seu tempo com qualidade construindo relações sólidas. Pensa menos no que me falta e mais no que posso doar. O Ágape atravessa o abismo religioso, é a ponte que ultrapassa dogmas, doutrinas e tudo o mais que separa as pessoas, pois o outro é alvo do amor de Deus. E nós como seguidores de Cristo deveríamos ser a cura para as dores do mundo através do seu Amor; ser sal da terra, ser luz nas trevas (Mt 5.16). Afinal o que une as pessoas? Fé? Valores? Crenças? Afinidades? O que realmente, de fato, faz com que as pessoas se unam é o amor, todo o resto é transitório, o amor é o que fica (Co 13.13). Seguir o Amor de Deus vai contra a natureza humana, por isso proponho que se exercite o ato de amar. Creia no amor como verbo, não como substantivo. Mudando o conceito muda-se também as atitudes. Assassinar o egoísmo creio ser tarefa de extrema importância e dificuldade. Faça um planejamento, tenha uma estratégia para o exercício do amor. Decida diariamente ir em direção ao próximo. É preciso aprender a amar, a viver, pois viver consiste em amar. Só depois que aprendemos a amar é que então aprendemos a morrer. Sim, é preciso também aprender a morrer; morrer para o mundo, para a carne, para nossa vontade própria, para finalmente estar pronto para a morte física. Pois depois que aprendemos a morrer é que começamos a viver. Viver como foi planejado pelo nosso Pai, viver em abundância. E só conseguimos essa vida em plenitude quando estamos conectados ao Grande Mandamento (Mt 22.37-40) enxergando a eternidade através do Ágape.
Batalhas e Escolhas
Lutar com palavras é a luta mais vã...” diz um poema do Drummond. Sempre considerei uma frase sábia, pois as palavras são muito importantes, mas nosso caráter se mostra principalmente nas atitudes e não somente no que dizemos, e nossa luta é perante as circunstâncias do dia a dia. Como jovem afirmo que ser vencedor é tarefa árdua, diante de tantos “apelos irresistíveis”, mas sei também que tudo é uma questão de escolha. É uma baladinha aqui, uma paquerinha acolá, um colega de trabalho chato, um amigo inconveniente, o cotidiano contribui para que aquilo em que se acredita vá “para o ralo”; uma vontade de ir onde não deve, de retribuir uma paquera, de se afastar do colega chato, de “dar um chega pra lá” nos inconvenientes. Às vezes sinto vontade de tomar a decisão de não tomar decisão nenhuma, não quero uma definição, um enquadramento; livre para ir e vir e voltar quantas vezes for, mas... Temos que escolher nosso caminho. Ser livre, no entanto nunca significou fazer o que se quer, mas sim ter o direito de exercer o livre arbítrio dado por Deus; sem esquecer que os princípios éticos e morais são mantidos em todas as situações e respeitando os limites alheios. Meu único compromisso é com a integridade de minhas crenças, com a consciência que teria que arcar com as conseqüências de meus atos, palavras e pensamentos; nossas atitudes nada mais são que o reflexo de nossos valores. O que é importante para você? “Sonhar mais um sonho impossível, lutar quando é fácil ceder...” canta Bethânia, que me ajudou a refletir o quão simples é deixar-se levar pela maré de valores invertidos. Nossas lutas não deveriam enfraquecer nossa fé, na bondade, no ser humano, num futuro melhor, na vida, na renovação, na justiça... Por vezes em dificuldades podemos pensar que a vida é injusta, o mundo até pode ser, mas a vida nunca é, porque Deus é o Justo Juiz e é o dono da nossa vida, Ele fará a justiça no tempo oportuno. “A vingança pertence ao Senhor” (Hb 10.30). Enfim, temos uma luta diária e constante em todos os aspectos daquilo que nos cerca, “orai e vigiai”. Qual é a sua batalha hoje? Qual é a sua escolha?
Senso Crítico e Discernimento
Quando eu não era convertida pensava que a igreja evangélica fazia lavagem cerebral nas pessoas. Ainda não entendia a nova criatura em Cristo e estranhava a mudança de comportamento dos convertidos. Em minhas relações havia alguns crentes e vez ou outra as conversas sobre o Reino surgiam. Como boa agnóstica que era metralhava-os com perguntas e argumentos humanísticos. Numa dessas conversas, uma amiga expôs seu ponto de vista sobre determinado assunto, que era divergente do meu, e a indaguei: - Por que você pensa assim? A resposta veio de imediato: - Porque meu pastor disse que é assim. Uma sirene em minha mente tocou: Beng Beng, resposta errada! Minha crença no condicionamento humano de Aldous Huxlley se confirmou mais uma vez. Concluindo algo impressionante, as pessoas não pensam! O Admirável Mundo Novo está presente e bem atuante! E a cada nova experiência desse mesmo gênero, a crença de lavagem cerebral se perpetuava. Ainda hoje, após nascer de novo e experimentar o “despir-se do velho homem”, algumas indagações do passado ecoam. Por que algumas pessoas não praticam o ato de pensar? Mesmo tendo abandonado os conceitos humanísticos e estar no processo de renovação da mente, questiono a falta de senso crítico, inclusive no meio evangélico onde alguns pastores e estudiosos pregam a generalização. “Na televisão não tem nada que presta”, “A internet é arma do Diabo.” E por aí vai, essas afirmações faz-me lembrar outras generalizações que os incrédulos também usam: “político é tudo corrupto”. A generalização é uma praga! Não poupa ninguém, crentes e não crentes caíram nessa armadilha e ficam presos nela. A renovação da mente fica comprometida enquanto alguns crentes tomam para si conceitos de uma “autoridade espiritual” sem buscar estudar, esclarecer o que foi colocado em xeque. Alguns fiéis se conformam tão somente em ir ao culto no domingo sem abrir suas bíblias no decorrer da semana. Afinal, se o pastor disse que é assim, é porque é assim mesmo! Algumas dessas generalizações têm chamado minha atenção ultimamente. Usar os meios de comunicação como a internet (MSN, orkut) e televisão (novelas e programas) virou clichê para que alguns discursem sobre o ataque do inimigo, o mundanismo, etc. Vale lembrar que assim como a língua, esses meios são uma faca de dois gumes, tanto serve para destruir como para edificar. Gosto de usar o exemplo da faca, uma ferramenta, apenas um meio que uns usam para se alimentar e outros para machucar o seu próximo. Assim é com a novela, os programas de TV, a internet; são ferramentas que conforme são manejadas tem o seu fim. Aprofundando um pouco o assunto, trago como exemplo uma amiga que decidiu não assistir mais televisão. Recentemente em uma conversa, percebi que após um mês ela desconhecia o caso Isabela (amplamente coberto pela mídia). Alienada seria um adjetivo correto para se usar nesse caso? Não sei, mas essa foi a primeira coisa que me veio a cabeça no momento. Estar no mundo é diferente de ser do mundo. Precisamos entender isso para não cairmos no extremo. Crente pode assistir novela, Big Brother, ter orkut, etc? A minha resposta é: depende. Depende com que intuito o crente tem orkut, com que olhos assiste novela, para quê fica conectado. Há de se avaliar os critérios de forma distinta e individualizada. O discernimento deve estar presente tanto quanto o senso crítico não só a esse tipo de questão, como também a nossa postura diante de tantos outros assuntos em pauta dentro e fora da igreja. A minha súplica é para que todos usem os dons e o os recursos que estão a nossa disposição para as obras do Reino.
Orgulho e Preconceito
À começar pelo título, Orgulho e Preconceito é uma clássica obra literária de Jane Austen. Recentemente essa história ganhou um filme homônimo, onde chamou minha atenção, justamente pelo título. A história é cercada de mal entendidos entre os protagonistas, e durante algumas cenas recordei-me de outros filmes que aborda o tema preconceito: “Crash”, “O lenhador” e “Sobre meninos e lobos”, no entanto Orgulho e Preconceito trata de uma forma bem mais sutil, isto é, com menos conseqüências trágicas como os anteriores. Deixando de lado a cultura cinematográfica, o fato é que do “pai dos pecados” nasce o preconceito. O orgulho cega o entendimento e a pessoa preconceituosa acredita nas suas idéias e interpretações como se elas fossem únicas, deixando de perceber a realidade por detrás das situações que muitas vezes camufla a verdade. O julgamento leviano (com suposições baseadas em mal ou más informações) normalmente gera um pré-conceito que por conseqüência pode trazer algo que abre feridas na alma, a injustiça. O preconceito corrompe os assuntos, vê malícia onde muitas vezes não tem. Quando o preconceito está presente nos relacionamentos, estes não amadurecem. Relacionamentos saudáveis não se alimentam de informações distorcidas. Ao propagar o preconceito não estaremos nós agindo como os judeus em relação a Jesus, crucificando-o? Não estamos sendo Natanael? “Disse-lhe Natanael: E pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem, e vê (Jo 1.46).” Quando eu me fecho, tomo uma atitude de exclusão, seja em atitudes ou na mente, em relação a alguém, a um grupo ou a uma situação estou desdenhando do amor de Deus, não retribuindo Sua Misericórdia. O orgulho não deixa compreender que acima dos pré-conceitos está Jesus Cristo, Aquele que acolhe todos com seu imensurável Amor. Só o amor elimina o preconceito. Só o amor não suspeita mal. Só o amor se alegra com a verdade. Só o amor consegue conviver com a realidade, sem distorcê-la ou evitá-la. Todos têm valor diante do Senhor, pois o Cordeiro morreu por todos os pecados e por toda humanidade; pelo crente e pelo incrédulo, pelo heterossexual e pelo homossexual, pelo honesto e pelo desonesto, pelo sincero e pelo mentiroso, enfim, Deus quer que todos conheçam o novo céu e a nova terra, e para que isso aconteça é preciso acolher os maltrapilhos, sendo um exemplo vivo do amor de Cristo. Revelar o Salvador aos que não conhecem é tarefa da Igreja como corpo de Cristo, através de nossa postura, de nossos relacionamentos; e se nossos relacionamentos tiverem permeado de pré-conceitos então não estaremos transmitindo o amor de Jesus. É na minha prática coerente com a Palavra que as pessoas ao meu redor vão descobrindo o amor transformador do Cristo Ressurreto. Meu modo de agir diante da injustiça, minha maneira respeitosa de lidar com as diferenças, minha postura corajosa na tribulação, no modo como entrego minhas dores e meus medos ao Senhor. Não somos nós salvadores, mas Jesus. E Aquele que salva, certamente usa meu testemunho e minha vida. Ao Nosso Senhor Jesus Cristo seja dada toda a glória e honra!
Cristo e o Corpo de Cristo
Nos últimos meses tenho sugado os recursos da mídia gospel. Assistindo a diversos programas televisivos de diversas denominações e doutrinas; acessando sites cristãos, lendo inúmeros artigos e livros do gênero;ouvindo cultos e músicas pelas rádios. Enfim, consumindo o que encontro disponível. Nessa overdose de informação, tive a oportunidade de conhecer melhor o Corpo de Cristo. A Igreja muitas vezes tem pecado pelo formalismo para não dizer legalismo. Pensar fora dos padrões é perigoso, que o diga Ricardo Gondim. Se disser que não concordo com o pastor, estou sendo rebelde. Se não acompanho o fluxo da massa evangélica, sou chamada de herege. Se falar “tô fora” de algo com que não compactuo, dizem pelo olhar: desistente (covarde)! Rótulos são para produtos não para pessoas! João Alexandre diz “É proibido pensar”, creio não ser ele o único nesse posicionamento, porém muitos ainda são servos do mundo e não de Cristo (Gl 1.10). Do outro lado da overdose de informações está o que bons autores cristãos chamam de disciplina espiritual, a solitude. Eu a tenho praticado, seguindo os conselhos de Thomas Merton, Richard Foster, entre outros. A solitude tem feito embriagar-me com a Palavra de Deus, banhar-me no Espírito Santo e fazer imersão em Jesus. Assim experimento o fluir em Deus, com Deus e para Deus Pai. Faço minhas as palavras de PG: “Quero que Cristo seja meu universo; Que sejas tudo o que sinto e o que penso; Que enchas cada um dos meus pensamentos; Que a tua presença e o teu poder sejam alimento Jesus este é o meu desejo.Não quero dar-te só uma parte dos meus anos;Te quero dono do meu tempo e dos meus planos;E cada sonho que há em mim quero entregar-te’’. E assim quase que paradoxalmente entre informação e solitude, vou delineando entre o Cristo que vive em mim e o Corpo de Cristo em que vivo. Por mais que seja arriscado, ouso afirmar que a Palavra de Deus é autoridade máxima na minha vida. Deixei de ouvir a voz de homens para ouvir a Voz de Deus. Agora vejo a mão de Jesus me guiando, sinto estar sendo regada pela Água Viva. Ainda sou uma pequena plantinha, mas sei que à medida que cresço, o Senhor vai me podando e me cercando com o seu Amor (Hb 12.5-11) e no tempo oportuno (Ec 3.1) darei os frutos que Ele preparou (Jr 29.11). A Igreja ainda tem suas mazelas, mas continua sendo o Corpo de Cristo. E como ensina a fábula do porco espinho devemos aprender a conviver sem ferir uns aos outros. Quando olharmos para Jesus com a atenção de um surdo, com o tato de um cego, perceberemos que o mais simples é na verdade o mais importante: o amor. Quando colocamos Cristo como nosso bem maior, podemos senti-lo pulsando em nossos corações, começamos a perceber que muitas vezes deixamos a Pedra Preciosa e nos contentamos com as lascas de vidro deste mundo. Que a Igreja não permita que a futilidade sufoque a Cruz. “Pois Nele vivemos, e nos movemos, e existimos...” (At 17.28).
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