quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ágape

Ágape é a palavra grega utilizada em muitas passagens nas Escrituras quando fala do amor de Deus. Ágape é o modelo de amor do Verbo, que se fez carne e sofreu nossas dores para nos salvar. O Ágape é o modelo que Jesus nos ensinou e quer que vivamos. É esse tipo de amor sacrificial que o Senhor quer que tenhamos uns com os outros (Jo 13.34). Porém como nosso molde (Gn 1.26) foi corrompido pelo pecado, o homem não sabe receber e nem doar esse amor. A humanidade sem reconhecer isso vive para o seu próprio eu, buscando sua satisfação, justiça e adoração. O amor sacrificial sai do eixo eu - eu e passa para a órbita eu-o outro. O amor dos homens é o que eu posso fazer/conseguir para ficar melhor; o Ágape é o que eu posso fazer/conseguir para o outro ficar melhor. O amor humano busca reconhecimento, o amor divino é por si mesmo a própria recompensa. O amor de homens baseia-se nas trocas, eu amo alguém porque este oferece algo, como por exemplo, carinho e atenção; o amor Ágape não exige nada em troca. Deus nos dá um amor que não merecemos e que muitas vezes até recusamos. O amor sacrificial sai da sua rota para chegar até o outro. Deixa de reclamar e pergunta: como posso ajudá-lo? Expulsa a crítica e a substitui por um ouvir empático (colocando-se no lugar do outro). Emprega seu tempo com qualidade construindo relações sólidas. Pensa menos no que me falta e mais no que posso doar. O Ágape atravessa o abismo religioso, é a ponte que ultrapassa dogmas, doutrinas e tudo o mais que separa as pessoas, pois o outro é alvo do amor de Deus. E nós como seguidores de Cristo deveríamos ser a cura para as dores do mundo através do seu Amor; ser sal da terra, ser luz nas trevas (Mt 5.16). Afinal o que une as pessoas? Fé? Valores? Crenças? Afinidades? O que realmente, de fato, faz com que as pessoas se unam é o amor, todo o resto é transitório, o amor é o que fica (Co 13.13). Seguir o Amor de Deus vai contra a natureza humana, por isso proponho que se exercite o ato de amar. Creia no amor como verbo, não como substantivo. Mudando o conceito muda-se também as atitudes. Assassinar o egoísmo creio ser tarefa de extrema importância e dificuldade. Faça um planejamento, tenha uma estratégia para o exercício do amor. Decida diariamente ir em direção ao próximo. É preciso aprender a amar, a viver, pois viver consiste em amar. Só depois que aprendemos a amar é que então aprendemos a morrer. Sim, é preciso também aprender a morrer; morrer para o mundo, para a carne, para nossa vontade própria, para finalmente estar pronto para a morte física. Pois depois que aprendemos a morrer é que começamos a viver. Viver como foi planejado pelo nosso Pai, viver em abundância. E só conseguimos essa vida em plenitude quando estamos conectados ao Grande Mandamento (Mt 22.37-40) enxergando a eternidade através do Ágape.

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