quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Senso Crítico e Discernimento

Quando eu não era convertida pensava que a igreja evangélica fazia lavagem cerebral nas pessoas. Ainda não entendia a nova criatura em Cristo e estranhava a mudança de comportamento dos convertidos. Em minhas relações havia alguns crentes e vez ou outra as conversas sobre o Reino surgiam. Como boa agnóstica que era metralhava-os com perguntas e argumentos humanísticos. Numa dessas conversas, uma amiga expôs seu ponto de vista sobre determinado assunto, que era divergente do meu, e a indaguei: - Por que você pensa assim? A resposta veio de imediato: - Porque meu pastor disse que é assim. Uma sirene em minha mente tocou: Beng Beng, resposta errada! Minha crença no condicionamento humano de Aldous Huxlley se confirmou mais uma vez. Concluindo algo impressionante, as pessoas não pensam! O Admirável Mundo Novo está presente e bem atuante! E a cada nova experiência desse mesmo gênero, a crença de lavagem cerebral se perpetuava. Ainda hoje, após nascer de novo e experimentar o “despir-se do velho homem”, algumas indagações do passado ecoam. Por que algumas pessoas não praticam o ato de pensar? Mesmo tendo abandonado os conceitos humanísticos e estar no processo de renovação da mente, questiono a falta de senso crítico, inclusive no meio evangélico onde alguns pastores e estudiosos pregam a generalização. “Na televisão não tem nada que presta”, “A internet é arma do Diabo.” E por aí vai, essas afirmações faz-me lembrar outras generalizações que os incrédulos também usam: “político é tudo corrupto”. A generalização é uma praga! Não poupa ninguém, crentes e não crentes caíram nessa armadilha e ficam presos nela. A renovação da mente fica comprometida enquanto alguns crentes tomam para si conceitos de uma “autoridade espiritual” sem buscar estudar, esclarecer o que foi colocado em xeque. Alguns fiéis se conformam tão somente em ir ao culto no domingo sem abrir suas bíblias no decorrer da semana. Afinal, se o pastor disse que é assim, é porque é assim mesmo! Algumas dessas generalizações têm chamado minha atenção ultimamente. Usar os meios de comunicação como a internet (MSN, orkut) e televisão (novelas e programas) virou clichê para que alguns discursem sobre o ataque do inimigo, o mundanismo, etc. Vale lembrar que assim como a língua, esses meios são uma faca de dois gumes, tanto serve para destruir como para edificar. Gosto de usar o exemplo da faca, uma ferramenta, apenas um meio que uns usam para se alimentar e outros para machucar o seu próximo. Assim é com a novela, os programas de TV, a internet; são ferramentas que conforme são manejadas tem o seu fim. Aprofundando um pouco o assunto, trago como exemplo uma amiga que decidiu não assistir mais televisão. Recentemente em uma conversa, percebi que após um mês ela desconhecia o caso Isabela (amplamente coberto pela mídia). Alienada seria um adjetivo correto para se usar nesse caso? Não sei, mas essa foi a primeira coisa que me veio a cabeça no momento. Estar no mundo é diferente de ser do mundo. Precisamos entender isso para não cairmos no extremo. Crente pode assistir novela, Big Brother, ter orkut, etc? A minha resposta é: depende. Depende com que intuito o crente tem orkut, com que olhos assiste novela, para quê fica conectado. Há de se avaliar os critérios de forma distinta e individualizada. O discernimento deve estar presente tanto quanto o senso crítico não só a esse tipo de questão, como também a nossa postura diante de tantos outros assuntos em pauta dentro e fora da igreja. A minha súplica é para que todos usem os dons e o os recursos que estão a nossa disposição para as obras do Reino.

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