O que dizer? Como
falar dele? Como retê-lo numa ou noutra definição? Só me resta ceder e esperar
que a própria escrita me leve para fora desse impasse.
Inicio como posso,
meio tímida, o receio não chega a ser um empecilho.
Ele se apresenta como
um enigma e nunca se deixa decifrar inteiramente, impossível saber porque quero
tanto e a tal ponto disso dependo, e ainda que consiga individualizar algo de
cativante no seu rosto; no corpo, na postura, no seu modo de sorrir, falar,
agir ou olhar, nenhum desses elementos é suficiente para explicar a razão deste
sentimento.
Na tua ausência sinto
falta, saudade, urgência de te reencontrar. Digo então o mal que me causa: você
me faz perder a razão. Sendo o meu mal é o maior bem, insisto em você para não
desistir de mim.
Tento como posso
trazê-lo para perto, anular o que nos separa.
Você é um oráculo,
que exige de mim o esforço de te decifrar e me redescobrir. Eu que me perdi no
teu fluxo, submergi nas tuas águas e na tua presença vejo o céu sem saber a que
constelação pertence.
Eu vivo da busca ao
seu encontro como Narciso a sua imagem, e assim em entrego a tristeza para
produzir imprevisivelmente o encontro. Esse só existirá quando eu deixar de
procurá-lo.
P.S: esse texto é um recorte do livro "O que é amor" de Betty Milan.
P.S: esse texto é um recorte do livro "O que é amor" de Betty Milan.
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