Uma
questão de longa data, há milênios o homem faz essa pergunta e não sou
eu quem irá respondê-la. Muitos livros foram escritos com base nessa
questão, além de inúmeras pregações, textos, palestras, convenções etc.
Quando me pego pensando nisso ou quando vejo alguém com essa questão,
meu foco é o conceito de duas palavras. O que significa sofrer e o que
significa prosperar? No decorrer da minha não
tão curta, nem tão longa vida, os conceitos tiveram mudanças. Durante
muito tempo acreditei que o conceito de prosperidade estava ligado aos
bens materiais e sucesso profissional, hoje já não penso assim.
Sofrimento pra mim sempre foi algo desprovido de sentido,
nunca entendi bem as dores do mundo, e as minhas... Ah como demorei
para começar a entender! No entanto descobri que o sofrimento tem duas
categorias, aquele que não sabemos o motivo e aquele que tem uma razão
de existir. Quando sabemos o motivo da dor e ainda
quando desejamos
o resultado dessa dor, então o sofrimento é suportável em certo
sentido. Deixo um exemplo simples, a dor do parto: uma grande dor, porém
com imenso
beneficio, o filho.
O
conceito de prosperidade interfere muito na modo como lido com o
sofrimento. Prosperidade pra mim significa crescer,
desenvolver-se, melhorar de condição, ser bem sucedido; então algo que
pode ser um sofrimento também pode significar prosperidade, e essa
prosperidade nem sempre está ligada ao capital, pode ser uma
prosperidade espiritual, relacional, emocional, entre outras.
Se acredito que o fruto da dor pode ser um bem, então me considero
próspera. Dar significado ao sofrimento é converter a dor em beneficio,
não só para si mesmo, mas também aos outros. Mesmo quando não sei as
razões do sofrimento, posso usá-lo de forma positiva
posteriormente, na minha vida e na vida de outras pessoas.
Enquanto meu foco estava no conceito das duas outras palavras: justo e ímpio, a questão me atormentava. Quem
é realmente justo? Sem contar que eu caía no equívoco da meritocracia.
Ainda
sem saber ao certo a resposta, focar no conceito de sofrimento e
prosperidade me ajudou a parar de etiquetar as
pessoas em justas e ímpias e também deixar de achar que “a grama do
vizinho é mais verde”. Passei a olhar para o que me acontece, tanto
exteriormente quanto interiormente.
Então mudo a questão: “Por que eu sofro ou porque eu prospero?” Isso me leva a um exame de consciência, e esse exame me
leva a conclusão de que o sofrimento humaniza e ensina-me a ser solidária e misericordiosa na prosperidade.
Porque creio que dor e alegria, sofrimento e prosperidade são
compassos diferentes da mesma música.