segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Legalismo



A Bíblia nos foi dada como revelação, é também uma carta de amor, a história de nossa redenção por meio de Jesus Cristo, é o manual de instruções que não conseguimos seguir, é a Palavra de Deus, é a história da humanidade, é a Verdade que liberta da Morte, é...
A Bíblia é vista de diversas formas, para os ateus, por exemplo, é um livro de conto de fadas. Sei que cada pessoa tem seu conceito sobre O Livro. O que sei também é que ela não deve ser usada como uma arma contra as pessoas, ao contrário, é o livro que dá Vida.
Não adianta sair por aí metralhando versículos bíblicos, você tem que viver a Palavra, vesti-la em sua vida, sem seu íntimo, em seu coração. Assim talvez ela tenha efeito sobre as pessoas ao seu redor.
A lei do Senhor é perfeita e agradável, mas só sabem dessa verdade os nascidos de novo, não adianta impor isso ao incrédulo. Viva de tal forma que demonstre que viver segundo a vontade do Senhor é maravilhoso, apesar do doloroso sacrifício do ego.
Não seja um moralista, não é esse o chamado do Senhor. Ser cristão significa ter e viver uma nova vida. A vida de Cristo em nós.
Não seja inconveniente compelindo as pessoas, ainda que cristãs, a seguir os preceitos da Lei.
Alias a Lei nos foi dada para refletir nosso estado pecaminoso, para perceber o quão longe estamos do padrão. A lei deveria nos incentivar a buscar mais a presença de Deus e a santidade, a clamar por misericórdia diante de nossa corrupção.
Infelizmente muitos usam a Lei contra o próximo, os famigerados “legalistas”.
O mau uso da Lei, isto é, contra o próximo, e não contra mim faz com que a gente maltrate as pessoas, usando para ferir o que deveria ser para cura. Fazemos pouco caso, zombamos, escarnecemos do pecado alheio, quando a Palavra nos diz para instruir e interceder.
Se as fraquezas e os pecados do seu próximo te estimulam a tripudiar, jogar na cara seus erros, quem precisa de instrução e intercessão é você.
O pior é quando usam as Sagradas Escrituras para rotular alguém de não cristão por causa de seus pecados. Que sabemos nós da alma do outro? E ainda que pareça evidente que seja um falso cristão, quem lhe garante que não será verdadeiro um dia? E ainda que não seja, somos nós que devemos determinar sua (não) salvação avaliando seus pecados? Que tal avaliar os próprios pecados?
Não estou dizendo “não julgueis”. Pode julgar? Pode sim, só lembrando:
"Da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados. E a medida que usarem também será usada para medir vocês”. (Mat 7: 1-2) E por fim: “Cada um de nós prestará conta de si mesmo a Deus”. (Rom 14:12). 
Não use a si mesmo como parâmetro de santidade; “eu não faço isso que o sicrano fez”, “eu me arrependo e confesso os meus pecados, fulano não”. Você é tão pecador quanto fulano ou sicrano, pois o seu pecado pode ser outro, mas a corrupção é a mesma. O modelo do cristão é CRISTO! 
A Lei deveria ser usada como um freio em nossa maldade, mas infelizmente os legalistas a usam hipocritamente como uma arma contra seus desafetos.
O problema não é a Palavra de Deus que é viva e eficaz, nem a Lei que é perfeita e agradável.
O problema está no ser humano que não se reconhece como miserável e projeta isso em seu próximo usando de forma distorcida e hipócrita a Palavra de Deus.

“Ninguém se faça árbitro contra os outros, com pretexto de humildade”.

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