Esse é o segundo texto que escrevo sobre
esse clichê, o primeiro você confere aqui.
Expressão bastante conhecida, utilizada
em demasia pelas ativistas do feminismo atual. A mensagem que desejam passar é
de que a mulher deve ter soberania sobre o próprio corpo, seus desejos e
vontades, a mulher não deve ser controlada por ninguém, nem pela sociedade, liberdade
total. Vestir o que quiser, ir onde e
como quiser, liberdade sexual, entre outras coisas... Afinal "lugar de
mulher é onde ela quiser".
Porém a ideia mais forte embutida nesse
discurso de domínio do próprio corpo é o "direito" que toda mulher
deve ter na decisão de matar ou não o próprio filho, enquanto ainda está em sua
barriga.
Desconfio de que, quem costuma declarar
tal frase com essa ideologia talvez não entenda perfeitamente o significado de
"meu corpo", muito menos de "minhas regras". Talvez devesse
conhecer melhor o que é análise do discurso.
Pra começar que nada nesta vida nos
pertence, o "meu corpo" que não é meu, ou será cremado ou será
enterrado e depois de certo tempo o "meu corpo" não mais existirá, só
restará os ossos. (No meu caso o processo será bem rápido, já que carne/músculo
quase não tenho mesmo).
E as "minhas regras"? Ah, quem
dera "meu corpo" obedecesse "as minhas regras"!!!
Há dias em que eu realmente desejo que
essa frase seja verdadeira, há dias em que "meu corpo" dá uns
"olés" em mim, e nada dele obedecer as "minhas regras", independente
do que eu faça.
Qualquer pessoa que tem/teve alguma
limitação há de concordar que o "meu corpo" não segue a tal das
"minhas regras".
Posso falar com propriedade pois já tive/tenho
várias limitações.
Não precisa conhecimento de anatomia,
biologia, fisiologia para chegar a conclusão de que não temos domínio do próprio
corpo. Pergunte para alguém com alguma limitação física, com diabetes, doenças autoimunes,
alguém que já ficou internado, que passou pela UTI, que sofreu infarto, ataques
de pânico, asma... Enfim, são tantas as situações que se conclui que essa história
de "meu corpo, minhas regras" só serve mesmo para o ativismo feminino
e como desculpa para matar bebês inocentes.
Não caia em "clichês" pós-modernos.
Questione. Pense.
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