sábado, 19 de agosto de 2017

“MEU CORPO, MINHAS REGRAS” (o retorno)


Esse é o segundo texto que escrevo sobre esse clichê, o primeiro você confere  aqui.
Expressão bastante conhecida, utilizada em demasia pelas ativistas do feminismo atual. A mensagem que desejam passar é de que a mulher deve ter soberania sobre o próprio corpo, seus desejos e vontades, a mulher não deve ser controlada por ninguém, nem pela sociedade, liberdade total.  Vestir o que quiser, ir onde e como quiser, liberdade sexual, entre outras coisas... Afinal "lugar de mulher é onde ela quiser".
Porém a ideia mais forte embutida nesse discurso de domínio do próprio corpo é o "direito" que toda mulher deve ter na decisão de matar ou não o próprio filho, enquanto ainda está em sua barriga.
Desconfio de que, quem costuma declarar tal frase com essa ideologia talvez não entenda perfeitamente o significado de "meu corpo", muito menos de "minhas regras". Talvez devesse conhecer melhor o que é análise do discurso.
Pra começar que nada nesta vida nos pertence, o "meu corpo" que não é meu, ou será cremado ou será enterrado e depois de certo tempo o "meu corpo" não mais existirá, só restará os ossos. (No meu caso o processo será bem rápido, já que carne/músculo quase não tenho mesmo).
E as "minhas regras"? Ah, quem dera "meu corpo" obedecesse "as minhas regras"!!!
Há dias em que eu realmente desejo que essa frase seja verdadeira, há dias em que "meu corpo" dá uns "olés" em mim, e nada dele obedecer as "minhas regras", independente do que eu faça.
Qualquer pessoa que tem/teve alguma limitação há de concordar que o "meu corpo" não segue a tal das "minhas regras".
Posso falar com propriedade pois já tive/tenho várias limitações.
Não precisa conhecimento de anatomia, biologia, fisiologia para chegar a conclusão de que não temos domínio do próprio corpo. Pergunte para alguém com alguma limitação física, com diabetes, doenças autoimunes, alguém que já ficou internado, que passou pela UTI, que sofreu infarto, ataques de pânico, asma... Enfim, são tantas as situações que se conclui que essa história de "meu corpo, minhas regras" só serve mesmo para o ativismo feminino e como desculpa para matar bebês inocentes.

Não caia​ em "clichês" pós-modernos. Questione. Pense.

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