Nos tempos de ginásio para muitos, pertencer a um grupo importava mais do que ter uma opinião sensata, a questão da aceitação era muito forte, já que estávamos em formação. E havia muitos grupos, tribos, que em alguns momentos entravam em guerra (não declarada). Como os "nerds" magrinhos sobreviviam? Juntando-se, pois assim tornavam se menos vulneráveis aos fortões arrogantes. e desse modo diversos grupos eram formados. Alguns bem óbvios, outros nem tanto.
É assim que as pessoas em ambientes hostis sobrevivem, juntando-se, e
depois de um tempo não pensam mais no que estão fazendo, não pensam mais em
suas convicções e crenças– porque precisam proteger-se mutuamente, proteger-se
dos ataques, e em bando isso fica mais fácil.
Tal como os adolescentes, vejo adultos formando panelinhas, gangues
virtuais. Pertencer a um grupo parece fazer parte da nossa natureza, seja qual
for a fase da vida. O problema é quando abrimos mão das nossas convicções em
nome desse pertencimento. Às vezes de forma muito sutil, tão sutil que nem
percebemos somos arrastados para um grupo, um certo de jeito de pensar e agir
porque nossos amigos estão lá. Mesmo sem concordar totalmente ou compreender de
fato o que tal questão significa, vamos a eventos e participamos de
movimentos/comunidades porque nossos amigos estão lá e queremos estar junto com
eles. Adotamos causas que não adotaríamos sozinhos, damos credibilidade a
informações com base na confiança do amigo que passou tais informações e
aceitamos opiniões de supostas autoridades no assunto; "fulano fez curso
disso, ele sabe do que está falando" (nem sempre cara pálida).
Até que surge uma boa controvérsia que põe em xeque nossas convicções e
claro, também as amizades, afinal a "thurma" aceitaria um vira
casaca? Continuariam amigos se disséssemos que não concordamos com eles?
Até que ponto você manteria suas convicções perdendo relacionamentos?
Até que ponto você abdicaria das suas convicções para manter
relacionamentos?
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