Quando estava no ginásio (atual fundamental II) era agnóstica, uma das
minhas amigas inseparáveis era religiosa e vez por outra conversávamos sobre fé
e religião.
Certa vez ela me questionou o motivo de não acreditar em Deus. Eu
respondi discorrendo sobre o problema do mal (guerras, fome e a maldade
humana), ela falou sobre a beleza da criação; o céu, o mar etc.
Respondi que essa beleza era nosso prêmio de consolação diante de um
mundo mal.
Veja bem, eu não neguei a beleza.
Não há quem possa negar a beleza da criação; seja você de qualquer
religião, ateu ou agnóstico, a beleza é algo objetivo, não subjetivo. A
verdadeira beleza não está nos olhos de quem vê, mas no objeto que é belo.
Não é possível negar que um pôr do sol alaranjado numa praia seja belo,
ou que a visão de uma cachoeira de 10 metros caindo num lago de águas
cristalinas também não seja bela.
A beleza real é aquele que agrada a todos, independente de sexo, classe
social, cultura ou qualquer outra coisa; como diz Tomás de Aquino.
Mas claro que na época não atribuía ao Senhor a beleza, pois ainda não
conhecia a Beleza.
Para quem não crê em Deus é difícil explicar tanta beleza num mundo tão
mal.
E foi assim minha primeira reflexão sobre a beleza, extremamente rasa.
Retornei essa reflexão após me converter. Descobri que o autor da beleza
era a própria Beleza, como me ensinou Agostinho.
Sempre gostei de arte e me questionava o motivo de algumas causarem
"assombro" e outras não. Algumas obras de arte chegava me causar
ojeriza. Como arte e beleza são coisas associadas pelo imaginário popular,
deduzi que a arte obrigatoriamente deveria ser bela.
Há alguns anos comecei a investigar essa associação, estudar a beleza em
sua essência.
Descobri o que já estava em meu interior, aliás, o que todos já sabem por
natureza, mas a cultura, a educação etc. ofuscou.
"A beleza é o esplendor da verdade"
O bom, o belo e o verdadeiro são trigêmeos.
Não há beleza na maldade, não há beleza na mentira.
Aprendemos isso desde cedo, quando nossos pais dizem que “mentir é
feio", aprendemos que a maldade é feia quando uma menina chama o garoto de
"feio" por ter feito algo ruim.
Os contos de fadas confirmam quando colocam os vilões como feios e os
"mocinhos" como pessoas belas.
“A Bela e a Fera” tem uma dinâmica interessante. A Fera antes de virar
fera, era um príncipe bonito, mas deixa seu coração se corromper e se torna
mau/feio, se transforma em fera (isso me lembra da besta fera).
Bela como o próprio nome diz, é bela e bondosa.
A beleza, a verdade e a bondade caminham juntas.
Há muito mais pra se dizer sobre o assunto. Esse texto é apenas uma
introdução para quem nunca pensou nessa associação.
O bom, o belo e o verdadeiro.
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