segunda-feira, 26 de março de 2018

Era uma vez ... sem final feliz



Era uma vez...
Uma garotinha triste e introvertida.
Ela não tinha uma boa autoestima.
Ouvia coisas dos adultos que crianças não deveriam ouvir.
Adultos faziam com ela coisas que não eram para se fazer com crianças.
Ela não tinha amigos.
Só um caderninho pra desabafar suas tristezas.
A garotinha cresceu, virou uma mocinha.
A mocinha não se achava bonita, não chamava a atenção dos garotos.
Ela tinha cabelo pixaim e usava óculos.
A mocinha era extremamente insegura.
Ela também tinha um caderninho para escrever suas crises existenciais.
A mocinha virou uma jovem.
A jovem estudava e trabalhava.
Mas também se divertia com os amigos que fez.
A jovem namorava.
Recebia o amor que pensava merecer.
Relações tóxicas.
Quase se envenenou.
Se não fosse o caderninho!
Ela colocava o veneno pra fora.
Vomitava as dores em forma de palavras.
A jovem se tornou mulher.
Essa mulher ainda abrigava a garotinha triste e introvertida.
Mas aprendeu a disfarçar.
A mulher era insegura como a mocinha.
Ainda não aprendeu a ser amada.
Algumas vezes aceita veneno com rótulo de amor, igual a jovem.
A mulher tem um caderninho para escrever.
E um blog para publicar tudo o que não cabe em si.
Ela deseja que esse caderninho/blog vire um livro.
Ela acredita em final feliz.
O final feliz dela não é aqui.
O final feliz dessa história está em outro Livro.


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