Crash
(No limite) é um filme pós 11 de setembro, o que agrava a xenofobia dos
americanos, um dos ingredientes do roteiro além de racismo, segregação e
discriminação social.
Assisti pela primeira vez pouco tempo depois
do lançamento em 2004. Na semana passada falei com um amigo sobre o
filme Malcolm X, e reassistindo Crash, eu penso ser este mais
contundente, pois não trata só de racismo, mas de outras questões que envolvem o racismo, trata de preconceitos generalizados.
O roteiro conta com diversas histórias e personagens que se entrelaçam
no decorrer na trama. E esses personagens surpreendem revelando nosso
próprio pré-conceito. Aquele que mais demonstrava preconceito acabou por
ter atitudes contrárias em relação aquele que parecia se incomodar com o
preconceito do colega. As comunidades hispânicas e orientais foram alvo
do roteiro também. Pessoas do oriente médio foram hostilizadas e
personagens hispânicos tratados como bandidos.
O filme retrata muito
do que não é falado, de tabus, de assumir que todos nós temos algum
tipo preconceito. Somos intolerantes com o diferente, o que aumenta a
insegurança de uma vida justa e fraternal.
Levanta questões do tipo: o que faz as pessoas se odiarem sem ao menos se conhecerem?
A lição que eu tirei: não permita que seus pré-conceitos conduzam sua
vida, amarre seus monstrinhos, dome-os e aprenda a viver com eles. Uma
forma de impedir que esses monstrinhos mordam alguém, e talvez exista
uma possibilidade de extingui-los de vez. O segredo está na resiliência
humana, na capacidade de cada indivíduo fazer novas escolhas, de
perceber como nós temos o poder de moldar o futuro, podemos criar uma
humanidade mais feliz, como diz o Ivan Lins “Depende de nós”.
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