Ensaio sobre a cegueira, filme baseado na obra de José Saramago.
Numa cidade grande, o trânsito é subitamente atrapalhado quando um
motorista de origem japonesa, não consegue dirigir e diz ter ficado
cego. No dia seguinte ele e a mulher vão consultar um oftalmologista,
esse diz que uma "luz branca" impede a sua visão. Pouco tempo depois,
todas as pessoas que tiveram contato com o primeiro cego também
ficam cegas. O governo coloca de quarentena os doentes, em uma
instalação vigiada. A mulher do oftalmologista é a única que não é
afetada, mas finge estar com a doença para acompanhar o marido em seu
confinamento.
A bestialidade humana é aflorada, em diversos momentos
os cegos passam a seguir seus instintos animais. O caos reina e a
degradação humana se faz presente.
Saramago mostra as reações do ser
humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao
abandono. Leva-nos também a refletir sobre a moral, costumes, ética e
preconceito através dos olhos da personagem principal, a mulher do
médico, pois ela além de ter a visão, é lúcida sobre os últimos
acontecimentos, bizarros para dizer o mínimo.
Num mundo de cegos,
aquele que enxerga é o que normalmente mais sofre, pois sendo muitas
vezes um guia, nada pode fazer para curar a cegueira dos que estão ao
seu redor, é uma sensação de impotência. Ao mesmo tempo, aquele que
enxerga vive um estado de indignação perante as circunstâncias caóticas,
e tem a responsabilidade de agir perante coisas em que os cegos não
podem agir, pois não enxergam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário