Mais um
dos inúmeros clichês que o mundo grita. Infelizmente é bem convincente, lamentável!
Uma rápida pesquisa no Google me diz que há livros, discos, músicas, palestras,
uma infinidade de coisas com esse slogan.
Devo
dizer que durante certo tempo acreditei nisso; era imatura, e essa ideia contamina
tudo ao nosso redor; novelas, propagandas, filmes, revistas; tudo nos diz
direta ou indiretamente que o nosso objetivo maior na vida é a felicidade. E lá
vamos nós, bobocas, correr atrás do vento, quer dizer, da felicidade.
Não acreditava
em felicidade, ou melhor, achava que isso não era pra mim. Observava as pessoas
à minha volta conquistando seus objetivos; casar, ter filhos, casa própria, pós
graduação, viagem ao exterior, etc etc etc.
E eu
sempre na mesma vidinha, trabalhando pra sobreviver. Na verdade eu não buscava
ser feliz, porque simplesmente não acreditava ser possível. Até que me disseram
que ser feliz é se sentir bem, sentir prazer, alegria momentânea.
A
felicidade é muito confundida com hedonismo, fui mais uma vítima dessa confusão. Então
comecei a buscar a felicidade, quer dizer, o hedonismo.
Por
muitos anos, minha juventude foi correr atrás do vento, quer dizer, da
felicidade. O hedonismo parecia mesmo ser o caminho.
Uma
garota inconsequente, sem grandes planos para o futuro, vivia o lema “deixa a
vida me levar”. Estava anestesiada pela
falta de esperanças numa vida melhor. Essa desesperança me fez crer que meus
sonhos não eram possíveis, e pensava: já
que não posso realizar meus sonhos, vou viver intensamente, “vamos viver tudo
que há pra viver, vamos nos permitir”.
Ah, os “tempos
modernos”!
Uma vida
social agitada dava a sensação temporária de buraco preenchido.
“Curtia a
vida adoidado”, namorava, badalava, resumindo: uma vida cheia de paixões frívolas.
E essa
tal felicidade nunca chegava, comecei a desconfiar.
Levou
mais um bocado de anos para descobrir que hedonismo não era felicidade.
E mais ainda
para perceber que o importante não é ser
feliz.
O
hedonismo como um fim em si mesmo é uma das mais eficazes formas de anestesia
moral e, por conseguinte, da degradação
existencial.
Hoje eu não acredito que o propósito da vida é ser feliz. Segundo o que o mundo diz o que é
felicidade: uma vida de satisfação e conquistas.
A conquista de metas e a realização de objetivos não
suprem as fomes essenciais do ser
humano e os reais anseios do coração.
Isso explica por que o mundo está cheio de gente infeliz sem saber o
motivo, ou, pior, gente infeliz que acredita ter tudo para ser feliz e não é.
Alcançaram suas metas, mas isso não
bastou. Concretizaram seus objetivos, mas isso não satisfez. Realizaram seus desejos, mas isso de nada
adiantou. A razão é simples, o sentido da vida é muito maior que a nossa
felicidade.
O
propósito de sua vida é muito mais que a realização pessoal. Fomos feitos para
algo maior.
Vejamos;
uma faca foi feita para cortar, então, ela cumpre seu propósito cortando algo,
ainda que seja utilizada para outros fins. O sentido da existência de um remédio
é a cura, então ele cumpre sua função curando. O propósito do veneno é matar,
se não matar não há razão de existir.
E o
propósito do ser humano?
Qual
o sentido da sua existência?
Não
tenho a intenção de dar respostas para ninguém, cada um tem sua filosofia de vida e
crenças. Só queria dizer que eu encontrei o sentido/propósito da minha vida.
Acredito que enquanto não sabemos qual a razão da nossa vida, ela fica girando
em torno da busca pela tal felicidade. Sem um sentido para a vida estamos
condenados a viver no hedonismo, correndo atrás de metas, objetivos, tentando
agarrar o vento.
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