sexta-feira, 20 de maio de 2016

O importante é ser feliz?!


Mais um dos inúmeros clichês que o mundo grita. Infelizmente é bem convincente, lamentável! Uma rápida pesquisa no Google me diz que há livros, discos, músicas, palestras, uma infinidade de coisas com esse slogan.
Devo dizer que durante certo tempo acreditei nisso; era imatura, e essa ideia contamina tudo ao nosso redor; novelas, propagandas, filmes, revistas; tudo nos diz direta ou indiretamente que o nosso objetivo maior na vida é a felicidade. E lá vamos nós, bobocas, correr atrás do vento, quer dizer, da felicidade.
Não acreditava em felicidade, ou melhor, achava que isso não era pra mim. Observava as pessoas à minha volta conquistando seus objetivos; casar, ter filhos, casa própria, pós graduação, viagem ao exterior, etc etc etc.
E eu sempre na mesma vidinha, trabalhando pra sobreviver. Na verdade eu não buscava ser feliz, porque simplesmente não acreditava ser possível. Até que me disseram que ser feliz é se sentir bem, sentir prazer, alegria momentânea.
A felicidade é muito confundida com hedonismo,  fui mais uma vítima dessa confusão. Então comecei a buscar a felicidade, quer dizer, o hedonismo.
Por muitos anos, minha juventude foi correr atrás do vento, quer dizer, da felicidade. O hedonismo parecia mesmo ser o caminho.
Uma garota inconsequente, sem grandes planos para o futuro, vivia o lema “deixa a vida me levar”.  Estava anestesiada pela falta de esperanças numa vida melhor. Essa desesperança me fez crer que meus sonhos não eram possíveis, e pensava:  já que não posso realizar meus sonhos, vou viver intensamente, “vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir”.
Ah, os “tempos modernos”!
Uma vida social agitada dava a sensação temporária de buraco preenchido.
“Curtia a vida adoidado”, namorava, badalava, resumindo:  uma vida cheia de paixões frívolas.
E essa tal felicidade nunca chegava, comecei a desconfiar.
Levou mais um bocado de anos para descobrir que hedonismo não era felicidade.
E mais ainda  para perceber que o importante não é ser feliz.
O hedonismo como um fim em si mesmo é uma das mais eficazes formas de anestesia moral e, por conseguinte, da degradação existencial.

Hoje eu não acredito que o propósito da vida é ser feliz. Segundo o que o mundo diz o que é felicidade: uma vida de satisfação e conquistas.

A  conquista de  metas e a realização de  objetivos não  suprem  as fomes essenciais do ser humano e os reais anseios do coração.   Isso explica por que o mundo está cheio de gente infeliz sem saber o motivo, ou, pior, gente infeliz que acredita ter tudo para ser feliz e não é. Alcançaram suas  metas, mas isso não bastou. Concretizaram seus objetivos, mas isso não satisfez.   Realizaram seus desejos, mas isso de nada adiantou. A razão é simples, o sentido da vida é muito maior que a nossa felicidade.
O propósito de sua vida é muito mais que a realização pessoal. Fomos feitos para algo maior.
Vejamos; uma faca foi feita para cortar, então, ela cumpre seu propósito cortando algo, ainda que seja utilizada para outros fins. O sentido da existência de um remédio é a cura, então ele cumpre sua função curando. O propósito do veneno é matar, se não matar não  há razão de existir.

E o propósito do ser humano?
Qual o sentido da sua existência?

Não tenho a intenção de dar respostas para  ninguém, cada um tem sua filosofia de vida e crenças. Só queria dizer que eu encontrei o sentido/propósito da minha vida. Acredito que enquanto não sabemos qual a razão da nossa vida, ela fica girando em torno da busca pela tal felicidade. Sem um sentido para a vida estamos condenados a viver no hedonismo, correndo atrás de metas, objetivos, tentando agarrar o vento.




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